Após sete trimestres de alta, poupança cai 6,1% no 1T22
Após sete trimestres de alta, desde o início da pandemia, o saldo da poupança das famílias recuou no primeiro trimestre de 2022, segundo levantamento do Centro de Estudos de Mercados de Capitais da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Cemec-Fipe), divulgado nesta segunda-feira, 20.
O saldo de poupança financeira acumulada caiu de R$ 529,6 bilhões para R$ 497,1 bilhões, uma redução de R$ 32,4 bilhões (ou 6,1%) em relação a dezembro de 2021. No último trimestre de 2021 a poupança registrou crescimento de R$ 75,8 bilhões.
O valor considera não só a caderneta de poupança, mas fundos de investimentos, ações, depósitos bancários, títulos públicos e privados e captações bancárias, entre outros.
“O impacto potencial desse movimento pode ser substancial e mudar até as projeções do crescimento do PIB para 2022. Por exemplo, o saldo de poupança financeira acumulada, de R$ 497 bilhões equivale a 9% do consumo total das famílias em 2021″, destaca Carlos Antônio Rocha, coordenador do levantamento.
O consumo das famílias teve crescimento de 0,7% no primeiro trimestre de 2022, ante o mesmo período do ano anterior, segundo o IBGE. Já o volume dos serviços prestados às famílias mostra recuperação no primeiro trimestre de 2022, com crescimento de 2,2% em relação a igual período de 2021.
Economistas acreditam que o movimento de redução da poupança das famílias pode continuar, mas seu reflexo em consumo deve ser mais limitado, diante da conjuntura de aumento do endividamento e juros mais altos.
O estudo mostra que, no período que vai do primeiro trimestre de 2019 ao quarto trimestre de 2021, a poupança acumulada pelas famílias atingiu R$ 527,6 bilhões, registrando sete altas seguidas a partir do segundo trimestre de 2020. Com o recuo de R$ 32,4 bilhões nos três primeiros meses de 2022, ou de 6,1% do total, o valor acumulado caiu para R$ 497,1 bilhões.
(com agências)