Aplicativo Celular Seguro carece de recursos de acessibilidade

Do ponto de vista da acessibilidade, ferramenta tem falhas de comandos, autenticação e navegabilidade, avalia startup; idosos e pessoas com baixa visão ou cegas são as que mais enfrentam dificuldades
Celular Seguro precisa de mais recursos de acessibilidade, diz startup
Acessibilidade ainda precisa ser aprimorada no app Celular Seguro, indica empresa (crédito: Freepik)

Lançado como forma de aumentar a proteção de dados pessoais após o roubo ou o furto de smartphones, o aplicativo Celular Seguro carece de recursos de acessibilidade, os quais poderiam facilitar o manejo da ferramenta por mais usuários no País, avalia a Biomob, startup especializada em consultoria e soluções de acessibilidade.

Segundo a empresa, o app apresenta problemas em questões como comandos, autenticação e navegabilidade. As dificuldades ficam mais claras quando idosos, que formam um dos públicos mais necessitados desse tipo de serviço, tentam utilizar a plataforma. Os obstáculos também são significativos para pessoas com baixa visão ou cegas.

“Os comandos devem respeitar as regras de contraste e possuírem textos alternativos para leitores de tela”, diz Valmir de Souza, CEO da Biomob, em nota. “Além disso, as autenticações devem prever alternativas para pessoas com baixa visão ou cegas, enquanto a navegabilidade precisa ser intuitiva e respeitar uma ordem lógica”, recomenda.

Para o especialista, o aplicativo se mostra uma boa ferramenta para aumentar o nível de segurança diante do problema crônico do roubo de celulares no País. No entanto, ressalta que o projeto esbarra em problemas frequentes no que diz respeito à ausência de recursos de acessibilidade.

De certa forma, cenário semelhante é visto na internet brasileira. A pesquisa TIC Web Acessibilidade, do Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), aponta que somente 0,7% dos portais e páginas sob o domínio Gov.br são plenamente acessíveis. Já um estudo do Movimento Web Para Todos indica que apenas 0,46% dos 21 milhões de websites do País estão livres de barreiras para pessoas com deficiência.

Aplicativo

Para utilizar a ferramenta, o usuário deve baixar o app (Android, iOS) e instalá-lo no dispositivo que deseja proteger. O login deve ser feito com as credenciais do Gov.br.

Em caso de roubo, deve avisar as autoridades por meio de uma página na internet, que pode ser acessada por computador ou outro celular. Também é possível, ao se cadastrar no sistema, apontar uma pessoa de confiança que pode acionar o bloqueio do aparelho.

Quando o sistema é acionado, as operadoras de telecomunicações ficam responsáveis por desabilitar o SIM Card, e os bancos, impedir o acesso aos seus respectivos aplicativos.

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Da Redação

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