Aplicação não reembolsável do Funttel caiu 37% em seis anos

Em 2016, modalidade que atende convênios para apoiar pesquisas e fabricantes liberou R$ 45,2 milhões. Já no ano passado, valor ficou em R$ 16,6 milhões.
Aplicação não reembolsável do Funttel caiu 37% em seis anos
Foto: Freepik

Os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funttel) na modalidade não reembolsável que atende convênios para apoiar pesquisa e desenvolvimento com instituições de ciência e tecnologia ou fabricantes de equipamentos de telecomunicações – sofreu uma redução de 37% nas aplicações efetivas nos últimos seis anos. Os dados foram apresentados em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 3. 

Em 2022, a aplicação do Funttel nesta modalidade foi de R$ 16,6 milhões. O segundo menor montante desde 2016, quando a destinação chegou a R$ 45,2 milhões. Veja a trajetória de queda abaixo:

O presidente do Conselho Gestor do Funttel e Diretor de Investimento e Inovação do Ministério das Comunicações (MCom), Pedro Lucas da Cruz Pereira Araújo, explicou durante a audiência pública que a modalidade não reembolsável é considerada uma despesa primária, por isso, ficou sujeita ao teto de gastos, o que explica a redução. Com isso, mais de 90% do orçamento do fundo atualmente é de recurso reembolsável, aquele que é concedido como forma de empréstimo. 

"Ao longo do tempo, essa modalidade de aplicação tem sido reduzida gradualmente. Então a gente tem hoje uma situação no Funttel em que, infelizmente, a gente não consegue apoiar a pesquisa e desenvolvimento por meio de recursos não reembolsáveis da forma como  gostaria", afirmou Araújo.

Ainda de acordo com o gestor, recente avaliação promovida pelo Conselho identificou obstáculos nas regras gerais do fundo. 

"O fato de nós termos nossa aplicação de recursos não reembolsáveis limitada, significa que a gente não consegue atuar de maneira a desenvolver um ecossistema nacional de pesquisa e desenvolvimento em telecomunicações", afirmou Araújo.

Ainda durante  audiência pública, o gestor chamou atenção para o projeto de lei que proíbe o contingenciamento do Funttel e possibilita a ampliação dos recursos não reembolsáveis (PLP 81/2022). A previsão é de que o texto seja analisado pela CCT na próxima semana.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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