Android se torna a plataforma preferida dos desenvolvedores mobile

Aumento da quantidade de apps de prestação serviços incentiva desenvolvedores a buscar a plataforma com maior número de usuários, em vez daquela que dá mais retorno sobre venda ou publicidade, conforme estudo da VisionMobile

vision-mobile-state-developer-nation-q32016-illustrationPesquisa publicada hoje, 29, pela consultoria inglesa VisionMobile mostra que o Android se tornou definitivamente a plataforma preferida dos desenvolvedores. Melhor dizendo, é o sistema operacional móvel em que a maioria dos criadores de apps aposta as fichas para ter maior retorno sobre o investimento.

Conforme os dados do estudo “O Estado da Nação de Desenvolvedores“, referente à primeira metade deste ano, 47% dos desenvolvedores profissionais de aplicativos consideram o Android a plataforma prioritária. Na pesquisa anterior havia empate técnico, com 40% mencionando o Android, e 39%, o iOS, da Apple. Agora, o iOS tem 31% da preferência.

Há dois motivos para essa mudança. Em primeiro lugar, o Android é a maior plataforma móvel, usada por mais de 80% das pessoas mundo afora, conforme dados de diferentes consultorias. Em segundo, os desenvolvedores estão reduzindo o foco em apps que gerem receita por aquisição, assinatura, publicidade, e focando mais em serviços que beneficiem outros negócios. Com isso, a vantagem competitiva do iOS, cujos usuários tradicionalmente são mais generosos, tende a cair.

O material aponta também que, embora a Microsoft não tenha conseguido emplacar o Windows como sistema operacional móvel, vem ganhando na preferência do backend que faz os apps funcionarem. Isso porque 36% dos pesquisados dizem preferir usar o C#, da gigante norte-americana, em seus servidores.

Internet das coisas
O estudo mostra também que o mercado de internet das coisas (IoT) amadureceu. Enquanto em 2015 57% dos respondentes que investiam na área eram novas empresas, em 2016 esse número passou para 22%. A principal aposta no segmento continua a ser o de casas conectadas. Para 48% dos desenvolvedores, é o segmento mais importante. E é também o que mais cresceu em um ano, atraindo mais 6% dos olhares.

Os dispositivos vestíveis, como smart watches, perderam parte do apelo, passando a ser alvo de 29% dos desenvolvedores (era de 31% ano passado). A IoT industrial, que chegou a atrair 29% das empresas de apps, agora tem a atenção de 26%.

A realidade virtual (VR) e a realidade aumentada (AR) são considerados projetos paralelos e não prioritários: somente 24% dos desenvolvedores dizem estar construindo algo nessas tecnologias. Um diferença grande quando se aponta para o que deve se solidificar no futuro. 41% dos entrevistados dizem investir em ciência de dados (big data) ou aprendizado de máquina (machine learning).

O motivo por trás desse desânimo com VR e AR talvez resida no modo como os desenvolvedores enxergam tais tecnologias. Cerca de 44% dos que veem potencial acreditam que o dinheiro virá dos consumidores, e apenas 19% desenvolvem projetos para empresas. A maioria acredita que será impossível não exigir novos equipamentos do consumidor para a melhor fruição, o que ajuda a jogar água na fervura.

Esta edição da pesquisa ouviu 16,5 mil profissionais do mercado de desenvolvimento de apps, pela internet, em 140 países. As perguntas foram realizadas ao longo de abril e maio.

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Rafael Bucco

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