Anatel terá laboratório físico para investigar IPTV pirata

Unidade será construída e começa a funcionar em até 190 dias. Inicialmente, vai analisar o funcionamento de 5 TV Boxes piratas. Laboratório será criado a partir de acordo de cooperação firmado com a ABTA.

A Anatel vai ter em suas dependências um laboratório especializado na análise de equipamentos de IPTV que transmitem conteúdo pirata desviado da TV por assinatura. A agência ampliou um acordo com a ABTA, associação que representa as empresas de TV paga brasileiras no último dia 21.

Pelo acordo, a associação vai montar e equipar o laboratório dentro da agência reguladora. Também vai fornecer consultoria técnica e treinar os servidores da Anatel para realizarem as análises a fim de identificar piratas e combatê-los.

O laboratório deverá produzir, todo ano, análises e estudos sobre a ação dos piratas e o combate possível por parte da agência e de outros órgãos públicos. Serão feitas análises independentes e em parceria com a ABTA. O plano de trabalho inicial vai investigar cinco modelos de TV boxes.

Os equipamentos serão todos doados pela entidade, sem ônus ao regulador. Mesmo os TV boxes piratas serão obtidos pela ABTA e entregues à agência. O laboratório deverá estar montado e produzindo em 190 dias.

Laboratório virtual continua

Além do laboratório físico, continuará a existir o laboratório virtual para realização de análises técnicas sobre os equipamentos e “outros meios ilegais de oferta pirata audiovisual”. Este foi criado em 2022, no primeiro ano do acordo de cooperação, que tem duração total de 24 meses. 

A associação continuará a prestar consultoria técnica sobre vulnerabilidades cibernéticas em equipamentos de TV paga utilizadas para o roubo do sinal e também sobre os TV boxes capazes de distribuir sinal clandestino.

Também cederá à agência resultados do uso de tecnologia que permite identificar a origem dos conteúdos pirateados. Quando o primeiro acordo de cooperação foi assinado, em maio de 2022, a ABTA tinha identificado que os sinais de TV paga surrupiados pelos piratas vinham de equipamentos da Oi, da Claro e da Sky.

O trabalho conjunto com a ABTA resultou na descoberta de que o modelo de TV box mais vendido no país em 2021 trazia um malware  capaz de capturar dados  dos usuários e ser utilizado em redes botnet para realização de ataques do tipo DDoS.

Em seus estudos sobre o mercado de TV paga, a ABTA diz que a pirataria causa danos de R$ 15,4 bilhões à cadeia do audiovisual brasileiro, entre perda de clientes, queda nas receitas e aumento de despesas operacionais com segurança.

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Rafael Bucco

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