Anatel desabafa: sem apoio político, banda larga ficará só para os ricos

Para Igor de Freitas, sem os recursos das multas, haverá muito pouco dinheiro para investimento em banda larga onde não há retorno econômico

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Em um contundente desabafo (talvez de despedida,pois seu mandato acaba em novembro, se não for reconduzido), o conselheiro da Anatel, Igor de Freitas, fez hoje, 22, durante o Encontro Tele.Síntese, o mais cáustico prognóstico sobre o setor de telecomunicações brasileiro: se o governo não entender a importância da internet,  e passar a encampar as demandas do setor, não adianta nada as medidas regulatórias que a Anatel e o ministério tentam implementar. ” Não faltam esforços setoriais, mas nunca houve definição clara sobre as TICs no governo”, desabafou o conselheiro.

Para ele, até mesmo propostas que já estavam consolidadas dentro  agência reguladora, como a assinatura dos TACs – Termos de Ajustamento de Condutas (contratos que transformam a multas das operadoras em mais obrigações de investimentos, além do cumprimento das penalidades) não conseguiu a credibilidade necessária dentro da sociedade para ser implementada.

” A expansão da banda larga não se resolve só pelo mercado. Mas a agenda não é regulatória, é política”, avaliou o conselheiro.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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