Anatel abre nova consulta sobre carregadores celulares
A Anatel abriu hoje, 6, nova consulta pública sobre os requisitos técnicos de carregadores de celulares. O texto propõe a padronização de carregadores utilizados em veículos, dos plugues, para que estejam em conformidade com o padrão brasileiro de três pinos, e de resistência mecânica. A proposta interessa à indústria, que produz estes dispositivos ou os importa. Ficará sob consulta por 70 dias.
Esta consulta acontece após pedidos de revisão dos requisitos definidos pela agência em 2022.
Após a publicação do ato 5159/22, os fabricantes de veículos alegaram que alguns procedimentos de ensaios não eram utilizados pelos no processo de desenvolvimento e teste de produtos. Já os fabricantes de carregadores de parede informaram que os ensaios mecânicos, especialmente o de queda livre, estavam muito severos e que a norma técnica utilizada como referência, aplicada a plugues e tomadas, não era a mais adequada para a parametrização dos ensaios. Neste cenário, muitos carregadores, inclusive modelos já em uso no mercado e que nunca apresentaram problemas estruturais, seriam reprovados nos ensaios de certificação.
Laboratórios de ensaio habilitados pela Anatel e organismos de certificação informaram que os procedimentos de ensaio especificados necessitariam de mais detalhamento para garantir melhor padronização entre os diferentes laboratórios.
Com isso, a agência decidiu rever os requisitos e elaborou a nova proposta. Agora, os carregadores utilizados em veículos devem atender a requisitos de geração mínima de campos eletromagnéticos menores. Devem ter proteção contra superaquecimento. Portas USB com propósito exclusivo para carregamento alimentadas diretamente pelo sistema elétrico do carro, estão dispensadas da certificação.
Os termos sugerem que a homologação destes carregadores comuns na agência acontece após a comprovação de testes de durabilidade e estabilidade mais próximos ao cotidiano. Por exemplo, as fabricantes ou importadoras deverão com que o plugue suporta ser introduzido e ser retirado da tomada ao menos 5 mil vezes. O resultado do teste deve ser de que nenhuma parte tenha soltado ou desapertado. Os pinos também não podem girar em nenhuma direção. Os dispositivos devem suportar até 100 quedas livres, e a testes que simulam 10 quedas por minutos.
A agência propõe também termos para carregadores indutivos. Além de atender as exigências das categorias de carregados para uso com veículos e demais carregadores, os indutivos precisarão atender aos requisitos técnicos definidos pela FCC, agência de telecomunicações dos Estados Unidos.
Como acontece com outros aparelhos, só poderão ser comercializados no Brasil carregadores que tenham homologação e o selo da Anatel. Modelos por indução para celulares não precisam ter o selo afixado em sua estrutura, para não interferir na funcionalidade, mas deve trazer no manual, propõe a agência.