Amos Genish deixa a Telecom Italia

Em nota ao  mercado divulgada hoje, 13, o Conselho de Administração da Telecom Italia, reunido extemporaneamente, decidiu revogar todos os poderes do CEO Amos Genish. Uma nova reunião do Conselho de Administração para nomear um novo CEO foi convocada para 18 de novembro.

Em nota ao  mercado divulgada hoje, 13, o Conselho de Administração da Telecom Italia, reunido extemporaneamente, decidiu revogar todos os poderes do CEO Amos Genish a frente da empresa. Uma nova reunião do Conselho de Administração para nomear um novo CEO foi convocada para 18 de novembro.

Genish, que ficou famoso no mercado mundial de telecomunicações por ter montado a bem sucedida operadora GVT no Brasil, depois vendida para o grupo Telefonica Vivo, empresa que acabou também dirigindo, antes de se mudar para a Telecom Italia, perdeu a estabilidade na companhia italiana desde que a francesa Vivendi, (que também foi dona da GVT) perdeu o controle das operações italianas para o agressivo fundo de investimento Elliott. A Vivendi trouxe Genish da Telefonica Vivo em setembro do ano passado.

E o executivo sofreu uma dupla dose de más notícias na sexta-feira, quando a empresa descartou uma meta de redução da dívida e recebeu uma baixa de ativos de € 2 bilhões  (US $ 2,3 bilhões). Novos concorrentes estão surgindo para ameaçar seus negócios domésticos.

A Telecom Italia não paga dividendos sobre suas ações ordinárias desde 2013 e enfrenta demandas em seu caixa de investimentos em rede, custos de espectro, serviço da dívida e passivos de pensão. Sua divisão de linha fixa italiana está sob ataque da Open Fiber, e a unidade móvel enfrenta a concorrência da entrada da operadora de descontos Iliad SA.

A acirrada disputa de sócios torna-se ainda  mais explícita com a decisão do conselho de administração de retirar Genish da empresa, que passará a ser presidida interinamente por Fulvio Conti.

A Vivendi, que perdeu o controle da operadora italiana, por intermédio de um porta voz, chegou a afirmar que a decisão é “cínica” e “mesquinha” e se “reserva ao direito para defender os interesses de todos os acionistas”.

Brasil

No Brasil, o executivo chegou a anunciar, na semana passada, o interesse em também adquirir a Nextel, operadora com o maior número de clientes nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mas ainda uma oferta não-vinculante.

Acabou de assumir as operações brasileiras da TIM Brasil, Sami Foguel, em julho deste ano, com o direto apoio de Genish, no lugar de Stefano De Antelis. Especializado em relações consumeristas, Foguel fez sua primeira aparição pública no Futurecom, este ano, e demonstrou o interesse em mudar a imagem setorial, estreitando as relações com os clientes.

(com agencias internacionais)

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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