Aliança estratégica é a saída para a cibersegurança do pequeno produtor rural

A segurança dos dados não deve ser vista como custos adicionais, mas como investimentos para aumento de eficiência e proteção aos riscos de ataques.
Responsabilidade compartilhada na cibersegurança. Crédito: AGROtic

Aliança estratégica  é a saída recomendada por diferentes especialistas para que o pequeno e médio produtor rural implemente medidas de cibersegurança em sua produção, já que, na maioria das vezes, ele não tem equipes nem grandes sistemas tecnológicos para a proteção de seus dados.

Mas a segurança da informação não pode ser percebida como necessária apenas quando acontece algum ataque, ou adotada somente pelos grandes produtores. Ela tem que ser adotada por todos, afirmaram os especialistas que participaram hoje, 12, do AGROtic, Congresso virtual promovido pela Momento Editorial e ESALqTec.

“A segurança da informação não é produto”, disse Alexandre Bonatti, diretor de Engenharia da Fortinet Brasil. “A segurança é uma gestão contínua e o médio e pequeno produtor deve iniciar o processo tendo a visibilidade de como está a sua produção e como pode evoluir”, sugeriu Alexandre Murakami, diretor da unidade de Segurança da Logicallis.

Maria Ane Dias, arquiteta de soluções e especialista em segurança da AWS alertou que a cibersegurança é uma responsabilidade compartilhada entre o produtor e os sistemas de inteligência digital. ” Os sistemas podem oferecer a chave da porta, mas se ela não for trancada, não adianta”, explicou.

Rastreabilidade

Segundo José Reynaldo Formigoni Filho, gerente de Soluções Blockchain do CPQD, o uso de blockchain para assegurar o armazenamento e a transferência de ativos digitais por meio de tokens está se espalhando pelas grandes empresas do agro brasileiro, e não apenas pela pressão do mercado externo, mas também pela demanda dos principais agentes do mercado consumidor interno. ” As grandes redes varejistas estão cada vez pressionando  os produtores pelo completo conhecimento da origem de todos os produtos”, assinala.

Outra demanda bastante forte para o uso do blockchain na produção agropecuária brasileira é o crédito de carbono. ” A emissão de certificados de crédito de carbono é uma das grandes demandas para a emissão de tokens criptoativos associados aos ativos rurais”, explicou.

Para os especialistas, as medidas para a proteção de dados das culturas e produções agrícolas não devem ser encaradas como custos adicionais, mas sim cotejadas com os riscos a que estão submetidas. “O ataque DDOs a uma produção agrícola pode trazer muitos prejuízos ao produtor”, alertou Bonatti.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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