Algar Telecom já prospecta fornecedores da 5G para todas as faixas arrematadas

Empresa busca fornecedores para implantar rede 5G em 3,5 GHz, mas também em 2,3 GHz e 26 GHz, todas as frequências adquiridas no leilão.

A Algar Telecom já começou a procurar os fornecedores de sua rede 5G. A empresa arrematou lotes regionais de 3,5 GHz, 2,3 GHz e 26 GHz no leilão realizado pela Anatel na semana passada. Segundo o CFO da companhia, Túlio Abi-Saber, os fornecedores das redes de quinta geração que a empresa fará nas 87 cidades onde tem operação móvel própria já estão apresentando proposta.

Ele afirma que a prospecção avalia não apenas grandes fabricantes tradicionais do segmento celular, mas também empresas novas no mercado brasileiro, a exemplo de algumas que vêm se destacando na oferta de soluções Open RAN em outras partes do mundo. Isso porque a ideia é estrear com a 5G o quanto antes, usando já o espectro de 2,3 MHz, que não exige limpeza, ao contrário do previsto para a faixa de 3,5 GHz.

Em conversa com o Tele.Síntese, o executivo preferiu não abrir com quais fabricantes exatamente a Algar já negocia. “O que posso dizer é que a 5G abre avenidas de oportunidades. O crescimento da receita média por usuário nos próximos anos vai depender na nossa capacidade de inovação, a partir do Brain, e em entregar os novos serviços ao cliente final. E com 40 MHz em 2,3 GHz já é possível lançar um bom serviço”, observou.

Defesa de território

Segundo ele, a participação no leilão foi estratégica para defender o mercado onde a empresa é forte em telefonia móvel. Por isso, foram adquiridos os lotes relativos à área do Triângulo Mineiro e algumas cidades do Mato Grosso do Sul e Goiás, onde é concessionária do STFC e vende telefonia móvel. No resto do Brasil, a empresa recorre à rede móvel da TIM, com quem tem contrato de MVNO.

A partir do leilão 5G, o grupo mineiro deve rever sua estratégia para o celular. Abi-Saber enxerga oportunidades em parcerias para levar a marca da tele a outras áreas do Brasil, a partir de parcerias e compartilhamento de rede. “A entrada de novos players abre oportunidade para cooperação entre todos”, afirma.

Os valores a serem pagos pela empresa serão quase todos diluídos ao longo de 20 anos, e cabem tranquilamente no fluxo de caixa, diz ele. As obrigações também foram cuidadosamente estudadas. A Algar comprou 1.000 MHz da faixa de 26 GHz, assumindo o compromisso de conectar escolas em Minas Gerais. Valor que, também, cabe no orçamento pode ser aportado ao longo do tempo, ressaltou.

Para definir o investimento em escolas, a Anatel criará, após a homologação do resultado do leilão, um Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (GAPE), a ser formado por representantes do MCom; da Anatel; do Ministério da Educação; e representante de cada uma das empresas vencedoras da faixa de 26 GHz. O grupo será presidido por um conselheiro da Anatel, a ser indicado. O grupo será responsável por definir projetos de conectividade das instituições de ensino, detalhando características, critérios técnicos, cronograma de metas e estudos de precificação.

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Rafael Bucco

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