Algar avança em receitas, mas tem prejuízo de R$ 27 milhões no 2º trimestre

Operadora atenuou as perdas, porém, despesas financeiras ainda impactam os resultados; receitas no varejo cresceram 9,7%, puxadas por banda larga e SVAs
Algar tem prejuízo de R$ 27 milhões no segundo trimestre
Algar tem prejuízo no segundo trimestre; receita e EBTIDA avançam (crédito: Freepik)

Apesar de ter avançado em receitas, a Algar Telecom não conseguiu evitar o prejuízo líquido no segundo trimestre deste ano. As perdas da operadora somaram R$ 27 milhões entre abril e junho, de acordo com balanço financeiro divulgado na noite de terça-feira, 6.

O atenuante é que o prejuízo apurado no segundo trimestre foi menor do que os do primeiro trimestre deste ano, quando as perdas totalizaram R$ 54,7 milhões, e do segundo trimestre do ano passado, período em que o prejuízo foi de R$ 35,7 milhões.

Segundo a Algar, a redução do prejuízo líquido “se deve a um menor volume de despesas financeiras”, que somaram R$ 104,5 milhões, queda de 20,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

Vale pontuar que os custos e as despesas da empresa tiveram um aumento de 3,9% entre abril e junho, na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Os gastos com depreciação e amortização avançaram 5,6%, puxados pela implantação de clientes B2B e B2C.

Receitas em alta

A operadora registrou receita líquida de R$ 699,3 milhões no segundo trimestre, alta anual de 3,5%. O destaque foi o avanço de 9,7% no B2C, cuja receita chegou a R$ 233,6 milhões. Neste segmento, o negócio da Algar cresceu em banda larga fixa (12,2%), telefonia móvel (2,6%) e serviços de valor adicionado, os chamados SVAs (79,8%). A telefonia fixa, por outro lado, encolheu 17,8%.

Segundo o informe financeiro, a empresa adicionou 21,8 mil novos clientes em fibra no período de 12 meses até junho deste ano. A base chegou a 563,1 mil assinantes nessa tecnologia, que responde por 99,4% dos acessos. O crescimento dos SVAs, por sua vez, foi puxado pelos serviços de gestão de WiFi, segurança e saúde.

No B2B, segmento que representa 67% das receitas totais da Algar, o faturamento teve alta de 0,6%, alcançando R$ 465,7 milhões. As vendas de produtos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) cresceram 21,4%. No entanto, os serviços de conectividade e telefonia celular caíram 6,2% e 10%, respectivamente.

A queda da receita da operação móvel foi puxada pelo declínio de 17% em machine to machine (M2M). No fixo, a Algar diz que as menores receitas de conectividade decorrem do aumento de cancelamentos e renegociações, citando o endividamento crescente de micro, pequenas e médias empresas.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) totalizou R$ 266,8 milhões no segundo trimestre, avançando 2,7% ante o mesmo período do ano passado. A margem ficou em 38,1%, levemente abaixo da registrada há um ano (38,4%).

A operadora investiu R$ 156 milhões durante o segundo trimestre, sendo 45% direcionados à ativação de clientes, 23% à manutenção das operações, 15% ao reforço das redes, 11% à telefonia móvel e 7% para os serviços TIC e Internet das Coisas (IoT).

A Algar encerrou junho deste ano com uma dívida bruta de R$ 3,64 bilhões (8,4% menor do que o apurado no fim do ano passado) e uma dívida líquida de R$ 2,74 bilhões (redução de 1,6% ante o fim de 2023). No segundo trimestre, o indicador dívida líquida/EBITDA foi de 2,78.

Estratégia

No balanço, a Algar destaca que, após cinco anos como presidente do conselho de administração, Luiz Alexandre Garcia assumiu o cargo de CEO da empresa no fim de julho.

A operadora diz que o ciclo estratégico atual tem foco no aumento da eficiência operacional, racionalização de processos e utilização de soluções digitais para reduzir custos.

“Estamos otimizando o uso do capital investido e o crescimento através da maximização da utilização da nossa infraestrutura existente. Reconhecemos a importância de alcançar maior eficiência operacional, visando à produtividade e à geração de caixa e, consequentemente, à redução da nossa alavancagem, o que nos preparará para novas estratégias futuras”, afirma a companhia.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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