Alemanha ignora apelo das operadoras e marca leilão de espectro 5G

Grandes operadoras locais criticam edital, que traz obrigações para cobertura no campo e em estradas e facilita a entrada de competidores no setor.

A agência reguladora do setor de telecomunicações da Alemanha decidiu seguir com o leilão de espectro para 5G no país conforme termos criticados pelas operadoras móveis. O edital do certame prevê metas de cobertura em estradas e no campo, roaming, compartilhamento de infraestrutura e condições para estimular a entrada de competidores no mercado local de telefonia e banda larga móvel.

A GSMA, associação global de operadoras, emitiu comunicado reiterando críticas ao edital. No texto, chama as metas de cobertura de “irreais”. As maiores operadoras do país, Vodafone, Deutsch Telekom e Telefonica Alemanha, também reclamaram dos termos impostos.

“Os consumidores alemães e as empresas locais é que vão perder devido às obrigações nada razoáveis e que fazem do investimento em implantação da 5G no país anti-econômico”, disse Mats Granyrd, diretor geral da GSMA.

As teles que queiram comprar frequência devem se cadastrar até o final de janeiro. O leilão deve acontecer no segundo trimestre de 2019.

O que quer a agência alemã, o que não querem as operadoras

  • O regulador do país quer que 98% da população seja coberta com espectro de 3,6 GHz. Mas as operadoras alertam que isso é inexequível, pois a frequência propicia altas velocidade de troca de dados, mas tem alcance limitado.
  • O regulador quer que haja compromisso de compartilhamento do espectro entre 3,4 a 3,7 GHz. Para a GSMA, essa obrigação gera incerteza jurídica e vai brecar o investimento em telecom no país.
  • O regulador decidiu destinar 100 GHz do espectro para uso local, dividindo o país em áreas. Isso equivale a 25% do total que será licitado. Para a GSMA, a medida inflaciona artificialmente o custo do espectro e limita a frequência disponível em nível nacional.
  • Por fim, o regulador quer incentivar o aparecimento de novas operadoras. Para isso, determinou que entrantes tenham metas mais brandas que as companhias já estabelecidas e a obrigação de compartilhamento de rede pelas maiores. Para a GSMA, isso quer dizer que entrantes podem buscar mercados lucrativos e já testados, em áreas urbanas densas e não considerar o investimento em áreas rurais.
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Da Redação

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