Agência do Reino Unido defende regulação de inteligência artificial na internet

A Autoridade de Concorrência e Mercados realizou um estudo que concluiu existir lacunas em torno dos efeitos de preços automatizados, da personalização e da arquitetura de escolha manipulativa

A Agência regulatória de competição do Reino Unido, Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), publicou ontem, 19, uma pesquisa a respeito dos efeitos dos algoritmos na redução da competição e dano aos consumidores. A CMA, que tem aumentado sua atenção sobre o setor tecnológico, defende que a inteligência artificial que filtra o conteúdo online deve ser objeto de regulação.

Em sua pesquisa, a agência indicou que há poucas evidências empíricas por parte das empresa que foquem no dano causado pelos algoritmos. “Algoritmos podem ser utilizados para personalizar serviços de maneiras que é difícil de detectar”, dizia a nota.

Entretanto, o estudo concluiu que há muitas lacunas em torno dos efeitos de preços automatizados, das personalização e da “arquitetura de escolha manipulativa”. Este último altera o comportamento das pessoas para instigá-las, propositalmente, a fazer determinadas escolhas.

Para lesar a competição, os algoritmos podem limitar o número de resultado ou ainda favorecer resultados daqueles que pertencem a própria empresa, segundo a agência. Algoritmos complexos ainda podem auxiliar o conluio entre negócios sem que as empresas estejam partilhando informação de forma direta. A pesquisa da CMA intende direcionar as ações da agência em relação aos mercados digitais. Isso inclui seu programa de análise de algoritmos e o funcionamento da nova Unidade de Mercados Digitais.

A Ofcom, agência reguladora das comunicações do Reino Unido, ficará a cargo de regular a internet assim que a legislação para isso sair. Enquanto a CMA afirmou que trabalhará em conjunto com tanto a Ofcom quanto o Gabinete do Comissário de Informação para proteger os consumidores dentro da dinâmica dos mercados online. 

A CMA já antecipou tarefas potenciais para reguladores. Dentre eles, estão: elaboração de padrões claros de ética algorítmica para empresas; testes de algoritmos sob condições supervisionadas; e monitoramento algorítmico contínuo dos sistemas.

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Da Redação

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