Acordo pode suspender greve na Dataprev

Trabalhadores farão assembleia nesta quarta-feira, 5, para decidir se aceitam suspensão de 30 dias na paralisação a fim de negociar com a estatal

As entidades sindicais Fenados e o Sindpd-RS devem realizar amanhã, 5, assembleia com funcionários da Dataprev para votar uma suspensão da greve na estatal, iniciada na semana passada em vários pontos do país.

Hoje, 4, aconteceu uma assembleia de mediação  no Tribunal Superior do Trabalho, conduzida pela ministra Kátia Arruda. Os participantes concordaram em suspender a paralisação por até 30 dias, prazo durante o qual as entidades vão negociar com a empresa uma solução para o impasse.

A greve foi convocada para frear as demissões de funcionários devido ao fechamento de unidades Brasil afora. As 20 filiais da empresa localizadas nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins serão encerradas até o final deste mês. A empresa está centralizando suas atividades em sete (7) estados (Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo), onde possui data centers e Unidades de Desenvolvimento.

Ao menos 500 pessoas já teriam sido demitidas nesse processo. Os sindicatos querem que os trabalhadores sejam absorvidos em outras áreas do governo, como o INSS, onde há déficit de trabalhadores e aumento das filas de atendimento. Outra pauta dos grevistas pede o fim do processo de privatização da Dataprev, prevista para ser vendida em 2021.

A empresa, por sua vez, teria se comprometido a parar a demissão de funcionários nas regionais em desativação, bem como a não descontar o salário de quem cruzou os braços em protesto.

[Atualizado em 5 fevereiro] Após a publicação do texto acima a Dataprev emitiu nota na qual afirma que a quantidade exata de empregados afetados é de 493, e que estas demissões não foram concluídas, estando suspensas “por força do acordo firmado no Tribunal Superior do Trabalho”.

A estatal lembra que o processo de privatização está a cargo do Ministério da Economia e diz que, apresar de o secretário Salim Mattar ter atribuído um cronograma para a venda, estudos ainda serão feitos “via BNDES, e a modelagem ainda não está definida”.

A empresa ressalta ainda que o acordo de não demitir os funcionários nem descontar os salários abrange apenas o período do acordo, que é de 30 dias (15 prorrogáveis por mais 15), tempo que pode durar o processo de negociação.

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Da Redação

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