Acordo entre Pharol e Tanure. É bom para a Oi?
Deve ser publicado hoje, 13 ou amanhã, 14, novo fato relevante da Oi, quando deverá ser comunicado o ingresso de novos integrantes no conselho de administração da operadora brasileira: o ex-ministro Hélio Costa, e o executivo, ex-presidente do BNDES e da Telefónica, Demian Fiocca. Os dois irão representar o fundo Société Mondiale, braço articulado do brasileiro Nelson Tanure em sua estratégia de ingresso na Oi.
Esse acordo, depois que Tanure passou dois meses atirando com balas de canhão no grupo português Pharol, que controla a Oi (embora ontem a companhia tenha distribuído nota informando que não existem controladores, ou acordos de acionistas, pelas regras da Anatel, quem indica membros no conselho, controla a empresa) passou a ser visto por vários interlocutores do mercado como a única alternativa para a sobrevivência dos dois grupos e melhoria da governança da própria operadora.
Mas os credores privados, que têm em mãos a dívida de mais de R$ 30 bilhões – e que já recusaram a primeira oferta feita pela empresa – não estão nada satisfeitos com essa parceria. Conhecendo o histórico de Tanure na Intelig, que também teve uma longa e controversa negociação de dívida, não acham que as negociações poderão ficar melhores e que os interesses da empresa serão melhor preservados. Mas o jogo vai agora começar a ser jogado.
E uma das primeiras questões que precisarão ser tratadas é a apresentação pela Oi de uma nova proposta, na avaliação de analistas independentes, que pelo menos faça com que os atuais acionista percam alguma coisa já na saída. E não como está agora, onde as chances deles terem alguma diluição de capital só ocorreriam dentro de três anos, enquanto os que deram o dinheiro perdem, de cara, R$ 22 bilhões.