Acionistas não isentam CEO da Ericsson por escândalo no Iraque

Borje Ekholm pode ser processado por acionistas ou pela Ericsson a qualquer momento por conta dos fatos investigados sob seu comando. Ainda assim, os acionistas mantiveram o executivo na presidência e o conselho de administração inalterado.

Os acionistas da companhia sueca Ericsson decidiram manter aberta a possibilidade de responsabilizar judicialmente Borje Ekholm, o CEO, e todo o conselho do grupo em função do escândalo de corrupção envolvendo ex-funcionários da empresa, autoridades do Iraque e até o grupo terrorista ISIS.

Em assembleia realizada hoje, mais de 10% dos acionistas foram contra isentar Ekholm e o conselho de responsabilidade. Apesar do descontentamento com o capitão do barco, ele foi reeleito para novo mandato à frente da Ericsson, e o conselho de administração também foi reconduzido sem alterações.

Segundo a agência de notícia Reuters, acionistas afirmaram que as decisões, aparentemente díspares, se devem à falta de informações exatas sobre como o caso foi analisado e encaminhado dentro da empresa. Ainda assim, demonstra o descontentamento dos investidores por terem descoberto via imprensa que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos iria rever o acordo firmado com a Ericsson por ter obtido mais detalhes sobre a corrupção no país do Oriente Médio.

Na assembleia, Ekholm disse compreender as preocupações levantadas acerca dos escândalos e da comunicação ao mercado. Disse que deseja seguir à frente da empresa para chegar à liderança no 5G, e “fortalecer a cultura e a ética do grupo para realizar uma transformação duradoura”.

Em comunicado à imprensa, a Ericsson afirma que as votações dos acionistas hoje permitem ao grupo seguir com a execução da estratégia de crescimento e aprofundamento das medidas de conformidade.

O presidente do conselho, Ronnie Leten, defendeu Ekholm. Segundo ele, o CEO e toda a diretoria têm apoio total do conselho de administração. Frisou que nos últimos cinco ano à frente da Ericsson, Ekholm fez a guinada do prejuízo ao lucro do grupo e focou na melhora do compliance (práticas de conformidade).

Além das decisões envolvendo o comando da fabricante de equipamentos para redes móveis, os acionistas aprovaram os resultados financeiros de 2021, que haviam sido apresentados em janeiro.

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Rafael Bucco

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