Ação ordinária da Oi tem desvalorização de 27% no dia

Embate entre acionista e diretoria repercutem sobre valor dos papeis, que amargam queda desde 9 de agosto.

A Oi enfrentou mais um dia de alta instabilidade no mercado financeiro. As ações ordinárias da companhia (OIBR3) terminaram esta terça-feira, 20, valendo 73 centavos, após um tombo de 27%. O volume negociado na B3 atingiu R$ 360 milhões. Já as ações preferenciais (OIBR4) caíram 10,4%, a R$ 1,12, após volume negociado de R$ 14 milhões. A companhia terminou o dia com valor de mercado de R$ 5,99 bilhões, embora tenha valuation R$ 17,8 bilhões, conforme a B3.

A queda do valor das ações da empresa começou em 9 de agosto, desde então não parou mais, agravando-se no dia 15 com a divulgação dos resultados trimestrais. Na ocasião, a companhia reportou queda nas receitas e queima de caixa. Os números não agradaram, e as ações ON caíram 17%. Na sexta, 16, e ontem, 19, novas quedas de mais de 8% após a divulgação de rumores sobre a falta de capital na empresa e embate entre acionistas e diretoria.

O jornal Valor Econômico noticiou a existência de pressões do maior acionista da companhia, o fundo de investimentos GoldenTree, para mudar a diretoria da operadora. O sócio enviou uma carta ao conselho de administração na qual condiciona novo aporte na empresa à saída de Eurico Teles, atual CEO. A Oi pode levantar mais R$ 2,5 bilhões com novo aumento de capital neste ano, conforme o plano de recuperação judicial.

O jornal afirma ainda que o conselho propõe a venda da operação de telefonia móvel da companhia. Seus integrantes já teriam oferecido o ativo a TIM e Vivo. Mas Teles, diz o veículo, não concorda que este seja o melhor momento para negociar dada a vulnerabilidade financeira do grupo.

Entre analistas de mercado, há dúvidas sobre o tempo necessário para a empresa levantar capital. O CFO da companhia, Carlos Brandão, afirmou durante a conferência de resultados que a queima do caixa era esperada e prevista no plano de recuperação judicial. Defendeu ainda um possível aumento dos investimentos para o ano, de R$ 7 bilhões para R$ 7,5 bilhões. Na sexta-feira, reiterou também comentário feito na conferência dos resultados, de que a empresa avalia a emissão de dívida e corte de custos para equilibrar a perda de caixa, além de contar com a venda de ativos não estratégicos.

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Rafael Bucco

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