Abreu: “cautelar é para dívida financeira e não para obrigação regulatória”

Segundo Rodrigo Abreu, o foco do pedido de cautelar é a renegociação financeira da dívida, que está em curso, e não qualquer outro tipo de obrigação que já tenha sido fechada.
Cautelar da Oi é para dívida financeira - Crédito: Divulgação
Rodrigo Abreu, CEO da Oi – Crédito: Divulgação

O presidente da Oi, Rodrigo Abreu, ao sair hoje, 07, da reunião convocada pela Anatel, disse aos jornalistas que o foco do pedido da cautelar feito pela operadora, e aprovado pela justiça, é para a renegociação da dívida financeira, e não para renegociação de qualquer outra obrigação regulatória ou com demais fornecedores.

“O pedido da cautelar foca-se na reestruturação de dívida financeira. Não temos nenhuma intenção de rever nenhum tipo de acordo e negociação de transação de crédito da Anatel ou de qualquer outro tipo de obrigação que  já tenha sido transacionada. Isso foi deixado muito claro tanto na peça, como na discussão com a agência”, disse Rodrigo Abreu, presidente da Oi.

Ainda, defendeu a medida aprovada pela justiça, que concedeu 30 dias para que essa negociação se efetive, caso contrário a Oi terá que ingressar com novo pedido de Recuperação Judicial (RJ), alegando que essa providência está prevista na nova lei de recuperação judicial, aprovada em 2020. “O pedido de cautelar faz parte do processo de recuperação , não é uma medida exótica, não é um subterfúgio. Faz parte da lei recuperação e essa discussão está andando”, afirmou.

Conforme o executivo, a companhia está atuando em três blocos distintos: a construção da nova empresa; a renegociação da dívida, para tornar a operadora viável financeiramente, e a concessão. Em seu entender, a Oi é viável operacionalmente, mas sem a resolver a dívida financeira, “deixará de ser uma companhia viável”.

Salientou que é uma dívida passada, e que se fosse atualizada a valor presente (antes do primeiro pedido de recuperação judicial) estaria atingindo o patamar de R$ 90 bilhões. “Mas, com tudo o que aconteceu, essa dívida hoje é, em seu valor de face da ordem de R$ 33 bilhões, mas a valor justo de R$ 22 bilhões”. 

Em relação à concessão, Abreu fez novamente referência à arbitragem em curso (na qual discute-se se há dívida da concessionária para a União, ou se é o contrário, conforme alega a empresa) e a sustentabilidade da concessão. ” Mas é uma discussão para frente, para que ela não se perpetue como algo insustentável”, afirmou.

Cavalo de Troia

Abreu reagiu ainda à avaliação de de que a crise  da empresa se originou a partir da venda da Infraco e o contrato firmado com o grupo BTG Partner e Globenet, conforme artigo publicado ontem pelo Tele.Síntese. ” É uma análise simplista. Esta gestão tem convicção de que, se não tivesse tomado todos os passos de reestruturação de companhia, de venda de ativos, de criação de operações estruturadas e de separação estrutural, a companhia hoje não existiria”, disse. 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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