Smartphone 5G custará R$ 500, prevê Claro. Para TIM, momento é de upsell.

Paulo Cesar Teixeira, da Claro, prevê continuidade da queda dos preços de celulares 5G. A TIM vê melhora da experiência do cliente e diz que estratégia é incentivar a migração para planos com mais dados.

(crédito: Freepik)

O CEO da unidade de consumo da Claro, Paulo Cesar Teixeira, afirmou que a operadora vem negociando com a indústria e propondo o desenvolvimento de celulares 5G com custo cada vez menor. A expectativa, disse, é que o celular compatível com redes de quinta geração chegue a preço de R$ 500 no ponto de venda, em meados de 2025.

“Há um ano tínhamos o target de chegar ao celular 5G de R$ 1 mil no ponto de venda. Estamos bem perto disso. Agora, queremos chegar aos R$ 500. No meio do ano que vem, isso será possível”, falou, durante o evento Teletime Tech, em São Paulo.

Segundo ele, celulares 5G são uma demanda das áreas mais desenvolvidas das cidades à periferia. E a redução de preços terá papel fundamental em garantir que o 5G alcance mais brasileiros no menor espaço de tempo. “Temos muito tráfego na periferia, já em 5G. A tecnologia acontece ali, tem impacto e é sonho de consumo. Por isso queremos baratear”, acrescentou.

 5G é um sucesso?

Para Paulo Cesar Teixeira, não há dúvidas. No painel, o executivo destacou a curva de utilização crescente do 5G, à frente do 4G no passado. Atualmente, são 26 milhões de clientes na tecnologia. “O 5G eleva o NPS, índice que usamos para medir a satisfação, e tem 24 pontos acima do 4G, com o qual o cliente já estava satisfeito. Tem uma performance diferenciada, maior velocidade, baixa latência, então a experiência melhorou muito”, contou.

Para as operadoras, embora não exista uma “killer app”, o 5G é rentável. Aumenta o consumo de dados e leva o consumidor a buscar planos com mais dados, por conta própria. Nós temos 20% da base com dispositivos 5G, mas eles geram 30% do nosso tráfego”, resumiu o executivo da Claro.

Paulo Sperandio, CMO da TIM, reproduziu conceito semelhante. “Há melhora de NPS e crescimento de tráfego muito forte”, afirmou. E o que isso gera para a operadora no curto prazo? “Vemos um aumento do consumo dos serviços, mesmo os básicos que funcionavam bem em 4G. A nossa entrega é melhor, e o cliente consome mais”, afirmou.

A TIM vê o momentum positivo e quer aproveitar isso. “O momento é de upselling e crosselling. O cliente caminha para cima na estrutura de portfólio. Acaba migrando de planos. Esse é o efeito zero que já está acontecendo. Estamos falando de aumento de 10% a 15% de upselling”, comentou.

Para ele, a killer application ainda não surgiu, não por causa da cobertura, mas porque outros segmentos da cadeia não atingiram o mesmo ritmo de desenvolvimento. “A indústria como um todo encontrou caminhos para rentabilizar através de streaming ou realtime media. No B2B, são mais claras as killer apps, as que envolvem full automation. Agora, no B2C ainda não está tão claro, porque o restante do ecossistema não amadureceu na mesma velocidade. Hardware e software ainda não chegaram no mesmo nível de maturidade. Esperamos que isso aconteça logo”, concluiu.

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Rafael Bucco

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