Abert mobiliza Congresso contra possível veto às novas regras de concessão de rádio e TV

O presidente Temer tem que tomar uma decisão até o dia 30, mas parecer jurídico do governo sugere o seu veto ao projeto.

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O Senado aprovou, em caráter terminativo, no dia 7 de março, o projeto de lei – que veio de uma Medida Provisória – que altera as regras de concessões de rádio e TV no país. Entre as mudanças, o projeto libera as emissoras de rádio e TV da necessidade de anuência prévia da União para alteração de seus sócios, e de comprovação de idoneidade do dono da empresa.

Mas a Abert – associação que congrega as emissoras de rádio e TV comerciais do país –  teme que o presidente Michel Temer vete integralmente o projeto ou partes mais importantes da proposta. Conforme informações colhidas no governo, a Casa Civil da Presidência da República já teria recebido um parecer contrário ao projeto.

Entre os argumentos elencados pelos consultores jurídicos do governo estão os de que o governo perderia muito poder ao liberar as emissoras de rádio e TV para vender suas participações societárias livremente.

Os radiodifusores alegam, por sua vez, que essa medida visa apenas agilizar e desburocratizar o mercado, tendo em vista que há mais de 40 mil processos de transferência de sociedades à espera de uma aprovação do governo (através do Ministério da Ciência Tecnologia e Comunicações), o que demora até 15 anos para acontecer.

Conforme os empresários,  as principais emissoras não seriam afetadas por essa medida, pois teriam que continuar a prestar contas ao Cade ou a outros órgãos do governo se fizessem qualquer operação de compra ou venda de participações societárias. As principais beneficiadas seriam as pequenas rádios – até mesmo as comunitárias.

O presidente Michel Temer tem até o dia 30 de março para anunciar a sua decisão. E, até lá, a Abert mobiliza sua base parlamentar para convencer o Executivo a aprovar o projeto em sua íntegra.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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