TV paga encolhe como nunca em 2019 e retoma patamar de 2012

Desligamentos são capitaneados por sistemas DTH, de TV por satélite. Em termos de participação de mercado, Claro continua dominante, seguida pela Sky. Juntas, elas detêm cerca de 80% do segmento.

A mercado de TV por assinatura brasileira enfrentou uma retração drástica no ano de 2019, como nunca se viu. Embora desde 2015 o segmento perca clientes, no ano que passou houve o cancelamento de 1,72 milhão de assinaturas, uma retração de 9,82%. Em 2018, 2017 e 2016 os tombos foram de, em média, 3%, por exemplo.

Com isso, no fim de dezembro de 2019, havia no país 15,79 milhões de clientes desse tipo de serviço – quase o mesmo número registrado em outubro de 2012, quando as perspectivas eram apenas de expansão desenfreada pelos anos seguintes.

Os dados são públicos e foram divulgados nesta semana no portal de Acessos da Anatel. Os motivos por trás da retração na TV paga são vários. A maior queda se deu entre clientes que usam sistemas satelitais, conhecidos por DTH. Tal modelo é explorado por Sky, Claro e Oi, e tem clientes remanescentes na Telefônica. A base de usuários dessa tecnologia encolheu 15,26% e resultou em 1,45 milhão de desativações, ou seja, 84% de todos os desligamentos registrados no ano.

As empresas que operam no segmento costumam explicar a retração no DTH pela crise econômica no Brasil, o que levou as famílias a reverem gastos e preferirem investir em banda larga fixa, abrindo mão da TV paga por satélite. Há também pressão vinda de serviços de streaming, o desinteresse por serviços que não venham com o combo, e incentivo das empresas para migrar clientes a novas tecnologias, como a fibra (FTTH), além da expansão da pirataria.

Competição

A Sky, que tem a maior base de clientes em DTH, foi a que mais desconectou assinantes dessa tecnologia em 2019: 590 mil. Seguida pela Claro (300 mil) e pela Telefônica (371 mil). Esta última começou a desinvestir na TV por satélite ainda em 2016, quando tinha 1,54 milhão de acessos DTH, e hoje apenas mantém aqueles clientes que não querem abrir mão de seus contratos ou migrar para opções de FTTH. Assim, terminou dezembro com 606,3 mil acessos na tecnologia.

A fibra, aliás, vou a única tecnologia a ganhar clientes. Passou de 616,57 mil em dezembro de 2018, para 903,71 mil em dezembro de 2019, com a Vivo concentrando 713,1 mil desses acessos. Seguida por empresas de pequeno porte, com 129,68 mil, e a Oi, com 60,93 mil.

A lista das maiores operadora de TV paga do Brasil segue inalterada, apesar do encolhimento. A Claro continua líder, com 7,77 milhões de acessos. É seguida pela Sky, que tem 4,69 milhões. O terceiro lugar é ocupado pela Oi, com 1,52 milhão de clientes. E o quarto, pela Vivo, com 1,32 milhão. Empresas de pequeno porte detinha 492 mil acesso ao final de 2019.

Em termos de participação de mercado, significa que a Claro, com 49,2%, e a Sky, com 29,7%, dominavam o setor. A Oi tinha 9,6% de fatia, enquanto a Vivo possuía 8,4%.

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Rafael Bucco

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