À espera da migração no STFC, Oi adia “plano arrojado” de venda de imóveis

A demora na assinatura do termo de migração adiou também uma redução de custos da ordem de R$ 350 milhões. A venda da Oi Fibra, sem entrada de caixa, impacta os planos da Oi e deve levar à captação de R$ 1,5 bilhão neste ano ou no próximo, afirma a CFO.

A CFO da Oi, Cristiane Barretto Sales, afirmou na manhã desta quinta-feira, 7, que a tele vem postergando um “plano arrojado” de venda de imóveis enquanto aguarda a aprovação da migração de sua outorga de concessão em telefonia fixa para o regime privado. O assunto aguarda votação do Conselho Diretor da Anatel, que já adiou a deliberação duas vezes.

Loja Oi Fibra – Foto: Renata Mello

“Temos o impacto na venda de imóveis, que são mais difíceis de mensurar, mas tínhamos um plano bem arrojado de começar a vender esses imóveis mais fortemente este ano. Como alguns deles estão reversíveis antes da migração, a gente também tem impeditivos para maximizar a entrega desses imóveis em venda e capitalização de valores”, comentou a CFO na conferência dos resultados do terceiro trimestre deste ano, realizada hoje.

Além disso, o fato de a adaptação não ter sido ainda votada pela Anatel representa um custo adicional de R$ 350 milhões este ano, que será recuperado apenas após o desinvestimento em telefonia fixa nos meses seguintes ao fim da concessão e levou a pagamento de uma multa pela empresa.

“A gente não tinha a previsão de pagamento de multas à Anatel até a ratificação do termo, só esse impacto consumiu da companhia R$ 160 milhões. A gente tem uma estimativa de atraso na captura de benefícios e de recursos para este ano de cerca de R$ 350 milhões em função da postergação da migração com base do que a gente poderia reduzir de custos pela migração do cobre a outras tecnologias”, acrescentou Sales.

Ela também explicou que a venda da ClientCo (Oi Fibra) à V.tal por R$ 5,68 bilhões foi inferior ao que estava previsto. A companhia esperava receber R$ 7,3 bilhões no primeiro um do leilão, pelo qual R$ 1,5 bilhão iriam para o caixa. Com a oferta recebida, sem cash, há a previsão de uma captação adicional de R$ 1,5 bilhão.

“Estamos estudando, obviamente, a necessidade ao longo do próximo ano e desse ano, com base no fluxo de caixa da companhia”, concluiu.

R$ 60 bilhões

Mateus Bandeira, CEO da Oi, comentou na conferência que a Oi pleiteia R$ 60 bilhões em ressarcimento na arbitragem a respeito da sustentabilidade da concessão de telefonia fixa. A arbitragem, falou, será retomada cinco dias após a aprovação da migração da concessão pela Anatel, conforme o acordo firmado no TCU.

A decisão final da Anatel depende de uma última obrigação da companhia, falou Bandeira. “É a liberação da garantia para a cobertura dessa obrigação de prestação de serviços nas área COLR (onde não há competição). Essa garantia foi dada através de um depósito judicial do FUST e o levantamento desse depósito depende de uma decisão judicial que está nas mãos de um ministro do STJ. Isso deve acontecer nos próximos dias, se não hoje”, afirmou. A retenção do depósito foi antecipada pelo Tele.Síntese.

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Rafael Bucco

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