“A base de qualquer transformação digital é trazer a sociedade”, afirma VP da Telefônica
As operadoras de telecomunicações brasileiras vivenciam uma dicotomia bastante grande, alertou Ricardo Hobbs, VP de Estratégia e Transformação da Telefônica Brasil, durante o Encontro Tele.Síntese, realizado nesta terça, dia 9. A dicotomia reside na forte depressão das receitas, e no contínuo aumento da demanda por investimentos.
– ” O tráfego de voz cai de forma acelerada e o consumo de dados aumenta de forma exponencial. As operadoras de telecomunicações tiveram uma grande contenção de crescimento e de receita. Nos últimos cinco anos, o nosso crescimento agregado foi negativo, em termos reais”, afirmou o executivo.
E é dentro deste cenário que a indústria de telecomunicações está buscando a nova onda de crescimento, com a transformação digital. Mas Hobbs alertou que “a base de qualquer transformação digital é trazer a sociedade para participar dela e tratar a conectividade e o acesso quase que como um direito fundamental”
Para o executivo, tanto as operadoras como o governo devem agiar para destravar o capital e ajudar que a inclusão social aconteça. “As operadoras estão investindo no Brasil, em média, 20% de suas receitas, o que coloca o Brasil nas primeiras colocações em termos de Capex frente a maioria das empresas do mundo”, ressaltou.
Inteligência Artificial
Hobbs assinalou que o dilema atual da Inteligência Artificial (IA) é saber usar a tecnologia em prol do ser humano. “Existem as OTTs, com seus modelos de negócios baseados, grande parte, em monetização da informação privada. E há empresas, como a Telefônica, que buscam respeitar a informação do indivíduo acima de qualquer coisa e não usar dessa informação a não se que tenha o consentimento, e de forma agregada”, ressaltou.