7Stars gere R$ 2 bi e cria fundo de crédito para startups

A 7Stars reúne hoje 17 empresas que, juntas, movimentam R$ 300 milhões mensais. O próximo projeto da holding é um fundo de Venture Debt.
Daniel Abbud, CEO da 7Stars - Crédito: Divulgação
Daniel Abbud, CEO da 7Stars – Crédito: Divulgação

Com menos de dois anos no mercado, a 7Stars Ventures, holding de investimentos em startups de tecnologia em estágio inicial, passou a gerir um volume de R$ 2 bilhões com a ampliação de seu portfólio. A partir dos novos investimentos, a 7Stars reúne hoje 17 empresas que, juntas, movimentam R$ 300 milhões mensais.

O ano de 2021 foi marcado por recordes nos investimentos de Equity Private e Venture Capital em startups, totalizando cerca de US$ 10 bilhões, segundo a plataforma de inovação Distrito.  O CEO da 7Stars, Daniel Abbud, acredita que a tendência é de crescimento na competitividade das fintechs, muito em função do movimento de abertura do mercado financeiro, promovido pelo Banco Central.

“Cada vez mais todo o setor será impactado por essa abertura que o Banco Central está promovendo, o que vamos ver no tempo é uma maior competitividade das fintechs. Nos EUA, por exemplo, quase 50% do crédito vem das fintechs. No Brasil, essa participação é bastante inexpressiva. Teremos nos próximos anos uma ampliação considerável da atuação das fintechs no mercado financeiro, um ganho brutal na participação no mercado”, prevê Abbud.

E é o setor de fintechs que desperta mais interesse entre os investimentos da 7Stars. Entre as empresas investidas, 50% são de fintechs, 25% em healthtech e 25% em retailtech. Entre as startups que passaram a contar com o apoio da holding encontram-se a Dryve, Take and Go, Laundry, Quero2Pay, Cloudmed, BIODOC, Babadotop, BoostBank, e-Pas, Krikto, Resus e Selecta.

Um dos últimos investimentos foi na plataforma Alfred Delivery, startup de logística de last mile delivery, expressão em inglês que designa o momento em que o produto sai da loja ou do centro de distribuição até a casa do consumidor. Com o aporte, que tem o objetivo de contribuir na estrutura de capital e gestão necessária para o crescimento da startup, a holding passa a ter participação de 51% na marca.

“Classificamos o nosso investimento em logística dentro de varejo, das retailtechs. Esse é um negócio que tem um grande impacto no varejo, que é uma das verticais do nosso interesse. Ficamos bastante entusiasmados com a empresa, com o time, com o empreendedor, com o crescimento”, comenta Daniel Abbud. Ao todo, a Alfred Delivery está presente em 160 cidades e em mais de 13 mil estabelecimentos comerciais ao redor do Brasil.

Crédito para startups

O próximo projeto da 7Stars é um fundo de Venture Debt, ou seja, financiar as startups não só com dinheiro de equity, mas com empréstimos. “O fundo que estamos criando é para emprestar dinheiro, além da compra de participação. Muitas vezes, o valor captado não é suficiente para implementar os planos da empresa, então teremos veículos de dívida para capital de giro, financiamento de veículos, equipamentos. Estamos criando uma forma de financiar as operações das startups”, explica.

O CEO afirma que a holding tem uma atuação bastante próxima das empresas, pois acredita que, muitas vezes, a startup de primeiro ou segundo ciclo precisa mais de conhecimento. “Ela precisa de capital, mas se o capital não vier acompanhado de outros ativos, como capacidade de gestão e rede de relacionamento, não vai lograr êxito. Aplicamos muito no trabalho de acompanhamento, não só para se sentar à mesa com grandes potenciais parceiros, potenciais clientes ou mesmo com os investidores, mas apoiar na organização do projeto, implementar métodos de gestão, buscar profissionais qualificados, nossa atuação é muito profunda”, ressalta.

Bolha são os valuations

Ao comentar sobre uma provável bolha no setor de fintechs, aventada no final de 2021, muito em função da queda nos papéis de empresas como Stone e PagSeguro, Abbud acredita que as fintechs estão longe de uma bolha. “O que tem bolha, na verdade, são os valuations das companhias, os valores que os fundos estão precificando as empresas. Agora, o espaço para fintech é vasto”, analisa.

Para 2022, a 7Stars prevê de 10 a 12 investimentos em participação societária, e de uma centena, pelo menos, no Venture Debt. Em termos de participação societária, a intenção é investir de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, o mesmo previsto para o crédito, ou seja, até R$ 200 milhões em investimentos neste ano.

“Inflação, juros altos e ano eleitoral não afetam muito o nosso mercado, são investimentos de longo prazo, não estamos pensando no retorno imediato. O mercado de ações pode sofrer neste ano, mas nas companhias fechadas, startups, esse mercado está muito quente e só vai crescer, mesmo com um cenário de dúvida”, conclui.

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Redação DMI

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