Internet móvel com 1GB é o serviço de telecom mais caro do Brasil, diz UIT

Com a reformulação dos critérios de apuração dos preços dos serviços de telecomunicações feita pela União Internacional de Telecomunicações (ITU) desde o ano passado, o Brasil perdeu o “status” de  ser o país com o mais caro serviço de telecomunicações do planeta. Entre as mudanças, a UIT reformulou o peso dos impostos sobre esses serviços. Com essa alteração, o país apresenta agora, conforme o relatório MISR 2017, preços de telefonia móvel e bandas largas fixa e móvel abaixo da média da região das Américas e do mundo. E é a banda larga móvel com consumo de dados de 1 GB o serviço pelo qual o consumidor brasileiro paga mais caro.

Conforme a instituição, o usuário brasileiro gasta em média 2,3% da renda média bruta (GNI – ou Gross National Income) para contratar o serviço de banda larga móvel com consumo de dados de 1GB  e 1% da renda se for de  500 MB. A média das Américas para esses dois serviços é respectivamente de 5,7% e de 2,5%.

Mas se o brasileiro já consegue pagar preços bem menores do que seus vizinhos do continente pelos principais serviços de telecomunicações, ainda está longe de atingir valores tão favoráveis como os atualmente cobrados pelo Uruguai (que se destaca em todos os indicadores da UIT, inclusive na universalização dos serviços) ou pelos ricos mercados dos Estados Unidos ou Canadá.

No Uruguai, o usuário só gasta 0,6% de sua renda ter 1 GB de dados por mês em seu celular ou 0,3% com consumo menor. Nos Estados Unidos, que praticamente não vende mais acesso a internet abaixo de 1GB, a banda larga móvel com pouca franquia de dados está mais cara do que com mais franquia.

Enquanto o norte-americano gasta 0,3% de sua renda com a internet móvel de 1 GB, gastaria 1,2% de sua renda para franquia de dados menores. No Canadá, o preço médio da banda larga móvel com mais dados também está mais baixo do que o nosso – só 1% e de até 500 MB, 0,4%.

Entre os maiores mercados das Américas, o preço da  banda larga móvel brasileira de maior consumo só é mais barato ao da Bolívia, que apresenta também altíssimos preços para os demais serviços de telecomunicações. Os vizinhos argentinos gastam apenas 1% de sua renda com a internet móvel de 1 GB e 0,7% com banda larga móvel de até 500 MB.

Internet Fixa

Na banda larga fixa, o brasileiro está gastando em média, conforme a UIT, menos do que com a banda larga pelo celular com mais  franquia de dados: 2,1%. Em comparação com as principais economias da região, esse preço só perde para Uruguai, Estados Unidos e Canadá.

Para falar ao celular, por sua vez, o brasileiro está gastando em média, 1,7% de sua renda média, também menos do que os principais países americanos, mas perde para o Chile, além dos já recorrentes Uruguai, Estados Unidos e Canadá.

Critérios

Para uniformizar os valores ao redor do globo,  a UIT adota os seguintes critérios:

Na telefonia móvel, a entidade não  considera as promoções ou ofertas limitadas e apura os valores do pré-pago da maior operadora do país em uma cesta que inclui 30 ligações saintes por mês e 100 mensagens SMS.

Na banda larga fixa, a UIT também desconsidera as promoções e adota a assinatura mensal  com uso de dados mínimo de 1GB e conexão a partir de 256 kbit/s

Na banda larga móvel até 500 MB são considerados os valores mensais dos pré-pagos, sem promoções, com tecnologias UMTS, HSPA, LTE, CDMA EV-DO e WiMax. Não considera o WiFi ou os hotspots.

Na banda larga móvel com 1 GB os preços referem-se a assinatura mensal de usuário residencial com as mesmas tecnologias e excluem as promoções.

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