5G vai exigir que teles compartilhem mais suas redes, avisa presidente da Anatel

Para Leonardo de Morais, os custos da 5G serão altos, obrigando as empresas a mudarem de atitude em relação a suas redes, passando a compartilhar todos os seus elementos, e pensar mais nos usuários. Para ele, não haverá transformação digital sem as redes de telecom, que garantem a conectividade.

Rio de Janeiro – O presidente da Anatel, Leonardo Morais, afirmou hoje, 28, que as operadoras de telecomunicações brasileiras precisarão ampliar muito o compartilhamento de suas redes, se quiserem se apropriar de tudo o que vai oferecer a nova tecnologia. “ As operadoras terão que competir pelos usuários e qualidade do serviço, e compartilhar os custos, que serão altos”, afirmou ele, durante o 6th Global 5G Event, que se realiza no Brasil.

Segundo Morais, o compartilhamento que existe atualmente no Brasil – conhecimento como ran sharing, no qual as operadoras de celular dividem a parte eletrônica dos sites – deverá ser ampliado para os demais elementos da rede, como infraestrutura passiva, torres e sites.

Ele observou que os novos investimentos que serão exigidos para as redes de 5G ocorrerão em um momento em que a margem das operadoras está decrescendo, enquanto o tráfego de dados cresce exponencialmente e as receitas das teles não aumentam da mesma maneira. “Mais investimentos e menos retorno dos investimentos acabam provocando as tradicionais respostas, que são a consolidação horizontal em primeiro lugar e depois a integração vertical”, afirmou.

Segundo Seong-hwan kim, do ministério da Ciência e TIC da Coreia do Sul, que vendeu as frequências para a 5G – de 3,5 GHz e de 28 GHz simultaneamente este ano – 50% dos custos para a instalação das novas células serão gastos na construção do backhaul.

Concetividade

Para o presidente da Anatel, não se pode pensar em 5G ou Internet das Coisas,  se não houver rede de telecomunicações. “ A estratégia digital só pode ser implementada se houver conectividade.E, para ter conectividade, temos que contar com a infraestrutura de telecomunicações”, afirmou.

Para Morais, não se pode pensar apenas na tecnologia móvel como resposta para atender as demandas e os novos serviços que virão. “ A LTE (tecnologia da 4G) alcança hoje 63% da população mundial, mas somente 37% do território nacional”, assinalou, para complementar que serão necessárias a fibra óptica, a banda larga fixa sem fio como o WiFi e os satélites para assegurar que os serviços chegarão para todos. ” A LTE cobre 63% da população mundial, mas somente 37% do território”, assinalou.

A jornalista está na 6th Global 5G Event a convite da Telebrasil

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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