5G: Faixa de 3,5 GHz será liberada em todo país a partir de 2 de dezembro

Ativação do sinal aos consumidores, no entanto, segue outro cronograma e depende da estratégia de cada operadora. Na prática, prazo foi antecipado em 14 meses.
Ao centro, conselheiro substituto da Anatel Vinícius Caram anuncia liberação da faixa do 5G em todo país | Foto: Tele.Síntese
Ao centro, conselheiro em exercício na Anatel, Vinícius Caram, anuncia liberação da faixa do 5G em todo país | Foto: Tele.Síntese

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou nesta terça-feira, 26, que a faixa de 3,5 GHz, utilizada para o 5G, está disponível para ativação por parte das operadoras em todos os municípios do país, a partir de segunda-feira, 2. A oferta da tecnologia aos consumidores, no entanto, depende do cronograma de lançamento das prestadoras.

A decisão foi formalizada em reunião do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na Faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi) nesta manhã, liberando os 190 municípios que faltavam para completar o 5.570 do país.

Na prática, o trabalho da Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF) – Siga Antenado –, responsável pela limpeza, é concluído com 14 meses de antecedência em comparação aos prazos determinados no edital do 5G.

Parabólicas

A liberação da faixa ocorre ao mesmo tempo em que há a troca das parabólicas que utilizam banda C para novos equipamentos de banda ku, para que não haja interferência na transmissão no serviço de TV. A EAF é responsável pela distribuição a famílias de baixa renda.

De acordo com a entidade, já houve a instalação de 4,5 milhões de antenas e restaria cerca de 500 mil. O prazo estimado para conclusão é janeiro de 2026. A entidade ainda considera precoce estimar valores remanescentes.

O agendamento pode ser feito através do site da Siga Antenado, por telefone ou até por WhatsApp (número 0800 729 2404).

Ativação do 5G

O ritmo da ativação, entretanto, é outro. Apesar da área já liberada, o 5G está ativo em 1.019 municípios, sendo 770 deles na faixa de 3,5 GHz, que possibilita o 5G standalone (SA), o chamado "5G puro" (entenda mais abaixo). A diferença entre os números de liberação da faixa (5.570) e ativação (14%), apesar de grande, ainda reflete um adiantamento em comparação ao previsto inicialmente. Isto porque as operadoras trabalham com outro cronograma, que é o de abrangência, enquanto a EAF, por sua vez, cumpriu o calendário de limpeza e desocupação da faixa.

Os compromissos de abrangência (obrigações de atendimento com serviços de telecomunicações) das operadoras vencedoras do leilão do 5G prevê atender os municípios com população igual ou superior a 200 mil habitantes até julho de 2026, abrangendo para aqueles com mais de 100 mil até julho de 2027, e os demais gradualmente, concluindo entre 2028 e 2029.

Em nota, Marcos Ferrari, presidente da Conexis, associação que representa as maiores operadoras de telefonia do país, abrangendo as vencedoras do leilão, destacou que "além de ter atendido 100% das metas previstas para 2024, as empresas já cumpriram mais de 70% das metas fixadas para 2025".

"Apesar do edital prever para 2024 apenas a instalação do 5G nas capitais, hoje mais de 700 cidades já contam com a tecnologia. Destaco ainda a importância das cidades atualizarem suas leis de antenas, em acordo com a Lei Geral de Antenas, para facilitar a instalação das infraestruturas necessárias para a expansão da conectividade", acrescentou Ferrari.

5G SA e NSA

De acordo com a Anatel, o 5G standalone (SA) e o não standalone (NSA) podem ser definidos da seguinte maneira:

  • 5G non-standalone (NSA): utiliza sistema de rádio NR 5G, mas integrado ao núcleo de rede das gerações anteriores 4G-LTE. Sendo assim, a implementação pode ser mais rápida, embora “não possibilite a oferta plena das potencialidades das redes 5G”.
  • 5G standalone (SA): rede em que “tanto o sistema de rádio NR 5G quanto o núcleo da rede 5GC são 5G”. Desta forma, “possibilita a oferta plena das potencialidades”. Contudo, por ser necessária a implantação de núcleo (core) de rede 5G novo, sua implementação pode ser mais demorada.

 

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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