5G deve aprofundar integração entre redes de telecom e bancária, diz diretor da Nokia

Em painel no Digital Money Meeting, executivos destacam que setores, trabalhando juntos, podem prover conectividade e inclusão digital
Integração de redes de telecom e bancária deve se intensificar na era do 5G
Executivos discutem como as redes bancária e de telecom podem atuar juntas na era do 5G

Na era do 5G, o banco físico como conhecemos hoje deve passar por transformações significativas, projetou o diretor de Tecnologia da Nokia para o Brasil e a América Latina, Wilson Cardoso, em painel no Digital Money Meeting, evento realizado pela Momento Editorial, nesta quarta-feira, 12, em São Paulo.

“A utilização completa das redes 5G possibilita uma integração com o sistema financeiro muito maior do que as gerações de internet móvel anteriores”, afirmou o executivo.

Cardoso destacou que a Nokia tem posto em prática um projeto de conexão de agências bancárias com redes 5G, o que deve trazer vantagens, sobretudo no que diz respeito à segurança da informação, para o setor financeiro.

“O 5G provido pelas redes de telecom vai garantir um tráfego de informação mais seguro – e isso é muito importante para uma agência bancária. Na prática, o 5G é dez vezes mais seguro do que o 4G. Se eu fosse um banco, estimularia todos os meus clientes a migrarem para a conectividade de quinta geração”, ressaltou.

Maurício Santos, diretor executivo de Serviços Financeiros da Claro e Claro Pay, afirmou que as operadoras ainda estão “arranhando a superfície de casos de uso com 5G”. No entanto, enfatizou que é preciso “dar um passo além”, combinando inclusões digital e financeira.

Segundo ele, a quinta geração móvel, por consequência, vai permitir a digitalização de pessoas que hoje vivem em áreas sem cobertura. Todavia, lembrou que há pessoas que, bancarizadas ou não, não necessariamente têm capacidade financeira para pagar pela conectividade.

“A Claro está atuando como uma empresa ambidestra. Mantemos o core business, de conectividade e conteúdo, e ampliamos os negócios. Por que não oferecer serviços financeiros e atrelá-los à conectividade e fazer a inclusão financeira e digital de maneira instantânea?”, questionou o diretor da operadora.

No mesmo painel, a diretora-presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), Carol Conway, frisou que “não há serviço financeiro sem acesso à internet”. Nesse sentido, reforçou que as redes de telecomunicações e bancárias terão de trabalhar juntas para prover serviços mais eficientes, além de incluir parte da população que permanece longe dos bancos e sem acesso à internet.

“Não existe mais uma solução de um setor só. Existe uma solução em rede. Daqui para a frente, esse conceito de ecossistema de trabalho em rede vai ficar cada vez mais evidente”, afirmou Conway.

O painel foi mediado pelo presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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