5G chegará mais tarde e timidamente no Brasil, alertam presidentes das teles

A tecnologia 5G não será massificada, mas usada em aplicações específicas, onde tiver retorno do capital.
José Félix, Claro; Eurico Telles, Oi; Eduardo Navarro, Vivo

Os presidentes das maiores operadoras de telefonia celular brasileiras reduziram bastante as expectativas de que a nova tecnologia da telefonia móvel – a 5G – que começa a ser lançada este ano em diferentes países, chegará aqui em 2021, conforme prevê a indústria.

“A 5G  não vai acontecer em um passe de mágica, mas de forma gradativa. Estamos substituindo os equipamentos, colocando fotônica, fazendo um monte de coisas para quando ela chegar a gente conseguir usar em pontos específicos onde o uso da tecnologia for justificado”, disse hoje o presidente da Claro Brasil, José Felix

Para o presidente da Telefônica Vivo, Eduardo Navarro, embora todas as operadoras estejam investindo e modernizando as suas redes não dá para prever quando essa tecnologia terá rentabilidade suficiente para justificar a sua implementação. “Não podemos entrar numa corrida para perder dinheiro. A 5G não tem nem terminal de celular ainda”, assinalou ele.

O presidente da TIM, Sami Foguel, ponderou que o leilão das primeiras frequências de 5G – em 3,5 GHz – só deve ocorrer no final do próximo ano (conforme já antecipou o conselheiro Leonardo de Morais ao Tele.Síntese) e, na sua avaliação, deverão ser necessários outros dois anos para a limpeza desta frequência, para que então as operadoras possam começar a oferecer o serviço.

Já Eurico Telles, presidente da Oi, assinalou que não se sabe nem onde nem quando a nova tecnologia começará a ser implantada e nem qual será o retorno do capital. Mas o executivo tem a certeza de que não poderá repetir o quadro atual. ” Certamente não poderá ser com o retorno de capital que temos hoje”, afirmou.

O presidente da Claro Brasil observou que, se o mundo fala da adoção da 5G a partir de 2021, no Brasil não haverá uma implantação massiva da 5G, porque, em seu entender, a tecnologia tem uma complexidade muito maior. “A 5G precisa de mais antenas, de mais pontos. Já temos dificuldade hoje para instalar antena em 4G”, completou. E Navarro, da Vivo, acrescentou: ” Nós ainda estamos pagando a rede 2G”.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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