5G ainda é um desafio financeiro para as operadoras, diz diretor da Claro

Diretor de Tecnologia da tele diz que requisitos técnicos da operação já foram assimilados, mas empresas ainda precisam encontrar soluções para equacionar custos e rentabilizar a rede
5G ainda é desafio financeiro, diz diretor da Claro
André Sarcinelli (segundo à esq.) frisou que 5G ainda é um desafio financeiro para a Claro (crédito: TeleSíntese)

Apesar de estar próximo de completar um ano e meio desde o início do processo de ativação gradual no País, o 5G ainda se mostra um desafio do ponto de vista financeiro para as operadoras, segundo André Sarcinelli, diretor de Tecnologia da Claro.

Na avaliação do executivo, os requisitos técnicos da operação de quinta geração móvel já foram internalizados, mas as empresas ainda precisam equacionar os custos e rentabilizar a rede.

“O desafio continua muito mais do lado financeiro do que técnico. A conta é complexa. O investimento é muito alto, embora o leilão tenha sido não arrecadatório”, disse Sarcinelli, em evento promovido pelo site Teletime, em São Paulo, nesta terça-feira, 28.

“É um investimento alto quando se pensa também no custo operacional da rede 5G. A quantidade de watts é muita alta. Também há planos que não estouram a franquia, são ilimitados. E sobre o tempo de consumo do cliente na internet, não vemos uma mudança”, acrescentou.

O executivo ressaltou que cerca de 10 milhões de smartphones estão conectados a redes 5G disponíveis no País, levando em conta todas as operadoras. Contudo, a penetração da tecnologia difere significativamente conforme as localidades.

Na ocasião do GP de Fórmula 1 em São Paulo, no início de novembro, evento para o qual a Claro forneceu conectividade de quinta geração móvel, 50% do tráfego de dados foi transmitido em 5G, segundo o executivo.

Ele citou a competição automobilística realizada na maior cidade do País acrescentando que, nas capitais, em razão do adensamento populacional, há potencial para rentabilizar a infraestrutura de maneira mais rápida. “Mas, quando vamos para o interior, que é mais relacionado às obrigações [do edital], vemos o retorno desse investimento em prazo bem mais longo”, pontuou.

Sercinelli ainda salientou que, na atualidade, a receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) “anda de lado ou cai em segmentos específicos”, ao mesmo tempo em que o consumo de dados continua subindo.

Tecnologia de meio de geração

A respeito do aguardado 5.5G, tecnologia de meio de geração entre o 5G e o futuro 6G, Sercinelli disse que ainda não estão claras as contribuições que a versão aprimorada trará às redes móveis, tampouco quando a tecnologia deve ser disponibilizada comercialmente.

No entanto, ressaltou que, assim como a quinta geração, deve habilitar mais funcionalidades relacionadas às operações corporativas do que para o varejo.

“O 5.5G é um conjunto grande de coisas, mas mais voltados para o mercado B2B. Terá muito mais aderência ao B2B do que ao B2C. Não podemos esquecer que o 5G foi muito mais pensando para o uso industrial”, lembrou o diretor da Claro.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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