5.5G é caminho para atender demandas de IA, avalia Huawei

Fórum Global de Banda Larga Móvel (MBBF 2024) debate implementação da tecnologia automatizada no aprimoramento das redes e também no aproveitamento do potencial das novas soluções.
Li Peng, presidente de vendas e serviços de TIC da Huawei, defende adoção do 5.5G | Foto: Tele.Síntese
Li Peng, presidente de vendas e serviços de TIC da Huawei, defende adoção do 5.5G | Foto: Tele.Síntese

O setor de telecomunicações conta com a ampliação da demanda de consumo de rede nos próximos anos, mas o ritmo da popularização de aplicações de inteligência artificial (IA) adiciona novas camadas a essa expectativa. Para executivos da Huawei, uma das maiores fabricantes do setor de tecnologia da informação e comunicação (TICs), um dos impactos é a necessidade de “mudar a infraestrutura de rede”, e o 5.5G é um caminho.

A mudança nas dinâmicas de consumo e de gestão da infraestrutura de telecom provocadas pela IA esteve no centro do Fórum Global de Banda Larga Móvel (MBBF) 2024, que ocorreu nesta quarta-feira, 30, e quinta-feira, 31, em Istambul, na Turquia. O evento é realizado pela Huawei, com apoio da GSMA (associação internacional de operadoras) e a Iniciativa Global TD-LTE (GTI), reunindo fornecedores e operadoras que atuam principalmente na Europa e na Ásia. A avaliação geral é de que a reação das prestadoras à tecnologia deve se dar o quanto antes.

Li Peng, vice-presidente sênior corporativo e presidente de vendas e serviços de TIC da Huawei, entende que trata-se de uma via de mão dupla. “Há duas coisas que podemos fazer para capitalizar novas oportunidades na rede móvel: primeiro, preparar nossas redes para dar suporte à IA, isso significa aumentar a capacidade [incluindo] latência; e, segundo, usar a IA para dar suporte às nossas redes”, resume.

“Com redes mais complexas, podemos usar a IA para automatizar todas as nossas aplicações, otimizar a eficiência da rede e garantir uma experiência sólida para o usuário. Então, as oportunidades são ótimas, e o melhor momento para agir é agora”, defende Peng.

Para basear a visão de que já chegamos no momento ideal, o executivo destaca dados da IDC (International Data Corporation) de que até 2028 a produção global de smartphones com IA atingirá mais de 900 unidades, e os aparelhos com aplicações automatizadas já vem sendo lançados por diversas empresas.

“Se quisermos aproveitar novas oportunidades na era da IA móvel, precisamos remanejar capacidades para quatro áreas: serviços, infraestrutura, O&M [Operação e Manutenção] e modelos de negócios”, complementa.

O cenário foi destacado também por Ken Hu, presidente rotativo da Huawei, ao abrir o evento, nesta quarta, afirmando  que o lançamento comercial do 5.5 G coincide com o primeiro ano de adoção da IA em uma variedade maior de dispositivos. Por outro lado, é preciso onde abarcar.

“Se quisermos tornar a IA disponível a qualquer hora e em qualquer lugar, tornando um modelo de negócios viável, precisamos operar recursos. Seja via agentes de IA nos smartphones, veículos autônomos, aprendizado de máquina em tempo real, aplicação em fábricas, enfim, veremos demandas mais desafiadoras de operação e latência”.

Testes

O 5G pode alcançar, em geral, o pico de 1GB de velocidade de download. No Brasil, o 5.5G passa por testes, incluindo iniciativas em parceria com a Huawei. Em fevereiro deste ano, a TIM apresentou os resultados de um experimento em laboratório da operadora, no Rio de Janeiro (SP), apontando que a velocidade chegou a 11,6 Gbps.

Em março, foi a vez da Vivo, que avaliou a tecnologia no interior de São Paulo e registrou um pico de 6,7 Gbps.

A Claro, por sua vez, anunciou em julho deste ano os registros de experimento em Brasília (DF), que alcançou 10,4 GBPs

*A repórter viajou para Istambul a convite da Huawei

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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