3M desenvolve componente de rede para ISPs brasileiros

A caixa de terminação óptica conectorizada da 3M permite isolar o lado da rede do lado da ativação do cliente, reduzindo riscos.

O Tele.Síntese está publicando semanalmente duas reportagens sobre as tendências e inovações em telecomunicações. O conteúdo completo está no Anuário Tele.Síntese de Inovação 2017, que além de apontar os rumos do setor, elegeu os serviços mais inovadores do último ano. Veja, abaixo, porque a 3M do Brasil foi uma das vencedoras na categoria Fornecedores de Produtos ao criar uma caixa de terminação óptica especialmente para o mercado brasileiro.

Banda larga: segurança na instalação

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Por Anamarcia Vainsencher

Atualizado em 18 de dezembro de 2017

Atenta à tendência de evolução tecnológica dos clientes, especialmente os do segmento de Provedores de Serviços Internet (ISPs), a Divisão de Telecomunicações e Eletrônicos da 3M do Brasil observou que as empresas passavam a investir em redes ópticas. Mais do que isso: aceleravam a migração do cabeamento metálico para o óptico para oferecer melhor qualidade de serviço de banda larga, e maiores velocidades, a seus usuários. E começaram a despontar como um segmento relevante do mercado de telecomunicações.

Diante dessa constatação, a companhia deu o passo seguinte, afirma André G. Amaral (foto), gerente de Vendas e Marketing da Divisão de Telecomunicações e Eletrônicos: conceber e desenvolver no Brasil a Caixa de Terminação Óptica de Conectorização Interna para Redes FTTH 3M CTO NG16 (CTO). O produto levou em conta as peculiaridades do mercado local, observa Marcelo Camaki, engenheiro de Desenvolvimento de Aplicações da subsidiária brasileira.

Filial de um conglomerado com sede nos Estados Unidos, a 3M do Brasil iniciou suas operações no país em 1946, na cidade de Campinas (SP). De acordo com informações do site da companhia, hoje, sua administração e seu maior parque fabril se localizam na cidade de Sumaré (SP). Outras unidades estão nas cidades de Ribeirão Preto, Itapetininga, Mairinque, São José do Rio Preto – todas no Estado de São Paulo – e Manaus (AM) e Bom Princípio (RS). Detentor de tecnologia diversificada, entre elas a de comunicações ópticas, o grupo é organizado em unidades de negócios reunidas em seis grandes mercados, entre os quais os de segurança, produtos elétricos e comunicações. No setor de telecomunicações, a gama de produtos inclui redes internas, ópticas, metálicas e wireless.

[No início de dezembro de 2017, a empresa anunciou, nos Estados Unidos, a venda de sua divisão de telecomunicações para a Corning, fabricante de fibra óptica e outros materiais para os setores de telecom e farmácia, por US$ 900 milhões. O negócio ainda tem que ser aprovado pelas autoridades regulatórias daquele país.]

Lançada no segundo semestre de 2016, a Caixa de Terminação Óptica de Conectorização Interna para Redes FTTH 3M CTO NG16 pode ser utilizada por ISPs e operadoras, mas seu mercado-alvo são os provedores de acesso à internet, segmento muito pulverizado que envolve mais de 4 mil prestadores de serviços que vêm acelerando a opticalização de suas redes, sobretudo nos dois últimos anos, segundo Amaral. Trata-se de um segmento que vem crescendo à casa dos dois dígitos, mesmo em tempos de forte retração econômica, e que, por isso mesmo, tem atraído a atenção da indústria de telecomunicações. A 3M não é a única a desenvolver produto focado prioritariamente nesse segmento de mercado, que, em seu conjunto, representaria uma quarta operadora brasileira.

Além de diferentes tipos de cabos ópticos e CTOs, esse segmento de mercado também foi brindado com caixas de emendas ópticas personalizadas (para rede externa) para evitar furtos, por exemplo. E os provedores de maior porte já têm à sua disposição um sistema de transmissão óptica sob medida, sem falar nas muitas soluções GPON (Gigabit Passive Optical Network), de tecnologia nacional ou estrangeira.

O preço e a tecnologia da CTO da 3M foram adequados ao perfil dos ISPs, cujo feedback “tem sido interessante”, sobretudo em função da facilidade de instalação e da qualidade da caixa, avalia Amaral. Além disso, lembra, os pequenos ISPs “tomam corpo e se tornam regionais.” Alguns já atuam em 150 cidades, o que exige cobertura maior. A equipe da Divisão de Telecomunicações e Eletrônicos da 3M do Brasil dispõe de laboratórios e ferramentas para a concepção e desenvolvimento de suas linhas, mas que são pensadas para itens semelhantes em escala global. “As características da caixa também atendem às necessidades de empresas de mercados desenvolvidos”, enfatiza o gerente. Segundo ele, existem testes da CTO em países da América Latina, da Europa e do Oriente Médio.

De acordo com a fabricante, a CTO NG 16 foi concebida a partir de diversos inputs de provedores e operadoras. Entre as inovações do produto, a 3M do Brasil aponta a clara separação/isolamento entre os lados rede e ativação, o que resulta em menor risco de desconexão acidental ou rompimento da fibra. Essa separação, uma característica exclusiva da CTO, torna rede e ativação inacessí- veis de forma simultânea, o que impede a manipulação incorreta de suas partes. Outra novidade é a possibilidade de conectorização de drop em solo, diminuindo possíveis acidentes de trabalho resultantes da colocação da caixa sobre postes. A CTO resolve o problema de interrupção dos serviços devido a falhas operacionais na ativação de usuários FTTH, e diminui tempo/custo de instalação de novos assinantes.

Adicionalmente, a CTO NG16 da 3M pode acompanhar a expansão dos negócios do cliente para até 16 assinantes na medida em que, quanto mais assinantes, menores são os gastos de capital (Capex). Ainda como diferencial da caixa, a fabricante inclui a replicação do sistema de retenção mecânica ECAM (Electronic Centralized Aircraft Monitor), produzido exclusivamente na França para o sistema brasileiro e cuja patente mundial é 3M. Entre os inúmeros desafios tecnológicos superados para a fabricação da caixa, a empresa também destaca o desenvolvimento de moldes e fornecedores com precisão necessária para ambientes ópticos.

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