2,7 bilhões de pessoas continuam fora da internet, diz UIT

UIT afirma ritmo de entrada de novos usuários na internet caiu pela metade desde 2020.
Crédito: Freepik

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) divulgou hoje, 16, detalhes preliminares sobre a quantidade de gente conectada à internet no planeta. Constata que há ainda um 2,7 bilhões de pessoas sem qualquer acesso digital. O número representa um terço da população mundial.

Cerca de 300 milhões de pessoas passaram a navegar na web neste ano, se comparado a 2021. Mas os dados indicam que o ritmo de expansão dos acesso à rede caiu após o pico da pandemia de Covid-19. Entre 2020 e 2021, por exemplo, 600 milhões de novos usuários entraram na internet.

Apesar de existirem 5,3 bilhões de pessoas usando a internet, a UIT diz que é preciso mais. Defende aumento de investimentos em infraestrutura e um novo “ímpeto” para desenvolver habilidades digitais. Propõe a meta, já conhecida, de chegar a 2030 com todo o globo conectado – sem exceções.

“A pandemia nos deu um empurrão de conectividade, mas precisamos manter este movimento e assegurar que todos se beneficiem das tecnologias digitais”, afirma em comunicado o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao.

Além de aportes em infraestrutura de rede e na educação digital, ele cobra melhores regulações por parte dos países.

Para a UIT, todos os países devem se debruçar em maneiras para universalizar o acesso à internet e para entregar uma conexão significativa para os novos usuários. Por conexão significa, leia-se, o cidadão precisa ter acesso frequência e de forma a conseguir melhorar a própria vida.

As barreiras para a meta seguem inalteradas: baixa velocidade dos links, alto preço dos equipamentos e dos serviços, falta de conhecimento do usuário, dificuldades linguísticas, discriminação de gênero ou falta de energia elétrica. Tudo precisa, diz a UIT, ser trabalhado simultaneamente.

Segundo Doreen Bogdan-Martin, diretora da agência para o desenvolvimento das telecomunicações da UIT, a adesão acelerada vista em 2020 não deve se repetir tão cedo. “O grupo que não está ainda conectado é também o mais difícil de conectar. Vive em áreas remotas ou pertencem as grupos vulneráveis, desconhecem o que a internet tem a lhes oferecer. Por isso não basta ser uma acesso universal, tem que ser significativo”, afirma. O relatório detalhado com o levantamento está em finalização e será lançado ainda este ano.

 

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Rafael Bucco

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