2022 será marcado pela fusão entre ISPs, diz CEO da Vispe Capital
Droander Martins falou também sobre como o ego empresarial atrapalha os negócios dos ISPs, em sua participação no Encontro Nacional Abrint 2021
O grande caminho para o mercado de telecomunicações, para 2022 e 2023, é a fusão entre ISPs. É o que garante Droander Martins, CEO da Vispe Capital. O executivo foi um dos palestrantes do Encontro Nacional Abrint 2021, nesta quarta-feira, 8, em São Paulo.
“Qual é a bola da vez para o ano que vem? Podem me cobrar: fusões. Muitos grupos vão ter que se unir para, através das sinergias, conseguir competir com outros grupos maiores e até mesmo as operadoras”, falou Martins.
“Não dá para você e um colega que estão na mesma cidade, cada um pagar um aluguel de poste. A gente tem que usar a inteligência, a velocidade e o jogo de cintura”, continuou.
Para Martins, donos de ISPs são heróis. “Tudo que foi conseguido até aqui foi de maneira heróica. E temos que nos unir e montar grandes grupos para que a gente consiga superar essa fase”, propôs.
Muitos consolidadores fizeram muitas operações em 2021, e quem fez isso vai precisar de 2022 e 2023 para organizar essas compras. É o que acredita o CEO da Vispe.
Fundos de infraestrutura
Em 2019, a entrada de fundos de infraestrutura no mercado ainda não era uma realidade, lembrou Martins.
“Mas agora há muitos fundos no nosso setor, que são estratégicos, que investem a longo prazo, e isso está forçando uma separação da infraestrutura dos assinantes. Não se aplica a todo mundo, mas estrategicamente, para algumas operações, é muito inteligente você separar sua infra dos seus assinantes“, disse.
Futuro distante
Martins disse, no entanto, que prefere não opinar nem fazer qualquer previsão sobre o que será bom para 2024 e 2025.
‘Consigo enxergar um cenário, como desenhei aqui, para os próximos dois anos, mas em 2024 e 2025, com o advento do 5G, do IoT, com essas fusões que vão acontecer em 2023, com essas redes neutras que vão surgir, e os fundos de infraestrutura, não consigo mapear um cenário realista. ‘
Cuidado especial
Ao final de sua apresentação, Martins recomendou a empresários um cuidado com o ego.
‘Várias negociações que deveriam ser maravilhosas para os dois lados acabam não sendo devido ao ego empresarial. Vejo provedores maiores comprando provedores menores, e o menor às vezes tem unidades ou características muito melhores que a do comprador e, por ego, o consolidado prefere manter a sua maneira arcaica de fazer negócio a dar o braço a torcer e admitir que o cara menor vai fazer isso melhor que ele’, concluiu.