Lucro da Vivo cresce 13,3% impulsionado por pós-pago e fibra

Receita líquida da operadora alcançou R$ 14 bilhões no terceiro trimestre, com banda larga avançando 14% e telefonia móvel pós-paga crescendo 10,4%; tele anunciou proposta de R$ 2 bilhões para redução de capital
Lucro da Vivo cresce 13,3% no terceiro trimestre com pós-pago e fibra
Receitas com pós-pago e fibra puxam resultados da operadora (crédito: Vivo)

O lucro líquido da Vivo cresceu 13,3% no terceiro trimestre, ante o mesmo período do ano passado, alcançando R$ 1,66 bilhão, de acordo com balanço financeiro divulgado nesta terça-feira, 5. Nos nove primeiros meses do ano, o lucro avançou 10,4%, chegando a R$ 3,78 bilhões.

Com bons resultados em diversas verticais, a receita operacional líquida cresceu 7,1% no terceiro trimestre, somando R$ 14 bilhões. A modalidade pós-paga de plano de celular teve alta de 10,4%, puxando o avanço da receita do serviço móvel em 8,8%, para R$ 9,21 bilhões.

De acordo com a Vivo, o desempenho do pós-pago foi impactado positivamente pelo aumento de 7,6% da base de clientes, alcançando 65 milhões de usuários, além dos reajustes anuais de preço. A receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) da modalidade, excluindo M2M e outros serviços, subiu 3,5%, ficando em R$ 53.

Já a receita do pré-pago registrou expansão mais modesta, de 1,4%, puxada pelo aumento de 3,7% do ARPU.

A Vivo encerrou o terceiro trimestre com aproximadamente 102 milhões de acessos móveis (incluindo telefonia, M2M e PoS), alta anual de 4%. Desse total, 65 milhões são usuários pós-pagos, ao passo que 36 milhões são cliente pré-pagos.

A operadora ainda informou que as vendas de aparelhos eletrônicos cresceram 5,1% no terceiro trimestre, ante o mesmo período do ano anterior. Os smartphones 5G representaram 86% do total de celulares vendidos pela operadora no período de julho a setembro.

Serviço fixo

A receita líquida dos serviços fixos teve alta de 3,6% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 3,97 bilhões. O destaque foi o crescimento do serviço de banda larga fixa via fibra óptica, cujo faturamento avançou 14%, somando R$ 1,79 bilhão.

“Nos últimos 12 meses, expandimos nossa rede de FTTH para 3,2 milhões de novos domicílios, atingindo 28,3 milhões de casas passadas, conectamos 747 mil novos clientes e chegamos a 5 novas cidades, totalizando a cobertura da tecnologia em 444 municípios”, informou a Vivo, que encerrou setembro com cerca de 6,7 milhões de assinantes. O ARPU da banda larga fixa avançou 1,2%, ficando em R$ 89,8.

Além disso, a operadora destacou que o Vivo Total, a oferta convergente entre pós-pago e fibra, já conta com 2,1 milhões de assinantes e representa 30,7% da base de acessos do serviço de banda larga.

Outra vertical importante dos serviços fixos, o negócio de dados corporativos, TIC e serviços digitais cresceu 6,5%, para R$ 1,13 bilhão.

Dados financeiros

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da Vivo chegou a R$ 5,95 bilhões, avançando 7,4% no terceiro trimestre na comparação anual, em função do crescimento da receita do serviço móvel e do controle de custos. A margem ficou em 42,4%, praticamente estável.

No período de julho a setembro, a operadora investiu R$ 2,49 bilhões, baixa de 5% ante o mesmo intervalo do ano passado. “Os investimentos foram direcionados ao reforço da nossa rede móvel, com destaque para a cobertura do 5G que já atingiu 394 municípios, incluindo a totalidade dos municípios com mais de 200 mil habitantes, representando 57% da população brasileira, além do investimento na ampliação da rede de fibra, que chegou a 28,3 milhões de casas passadas”, afirmou a tele.

Nos nove primeiros meses do ano, a remuneração paga aos acionistas somou R$ 4,79 bilhões, estável em relação ao mesmo período de 2023. O montante foi dividido em juros sobre o capital próprio (R$ 2,19 bilhões), recursos da redução de capital (R$ 1,5 bilhão) e recompra de ações (R$ 1,1 bilhão).

“Para os anos de 2024 a 2026, a Companhia possui a intenção de distribuir aos seus acionistas um valor igual ou superior a 100% do lucro líquido de cada exercício social”, assegura a Vivo.

Nova redução de capital

Por meio de fato relevante, a Vivo informou que seu conselho de administração aprovou, nesta terça-feira, uma nova proposta de redução de capital no valor de R$ 2 bilhões. O procedimento não prevê cancelamento de ações e deve ser feito mediante a restituição de recursos aos acionistas, que devem ser pagos em parcela única até 31 de julho de 2025. A proposta será levada para assembleia geral extraordinária, marcada para 18 de dezembro.

“Esta operação de redução de capital social objetiva aprimorar a estrutura de capital da Companhia, o que permitirá a flexibilização da alocação de seu capital, gerando equilíbrio entre sua necessidade de recursos e a geração de valor aos seus acionistas”, diz a Vivo, em trecho do comunicado.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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