O papel dos ISPs no 5G vai além da participação no leilão de frequências

Mesmo que o preço das licenças iniba a participação dos provedores regionais no leilão, eles podem contribuir com a expansão do 5G no país, por meio de diversas alternativas.

O papel dos ISPs no 5G vai além da participação no leilão de frequências | Foto: Ciena

O relatório do edital do 5G do conselheiro Raimundo Carreiro, aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e encaminhado à Anatel, tem inovações que abrem novas possibilidades para a entrada dos provedores regionais (ISPs) no 5G, independente da compra de frequências. Carreiro incluiu metas de conexão das escolas e sugeriu que a agência desse um novo tratamento para o uso das frequências que pode ser um grande nicho de mercado para os ISPs.

A determinação para a conexão das escolas está vinculada aos recursos da venda de lotes da faixa de 26 GHz. E, ao invés dos R$ 6,3 bilhões previstos como preço mínimo para essa faixa, o TCU sugeriu que esse valor deve ser elevado em mais R$ 2 bilhões.

A depender da regulamentação (se a conexão será responsabilidade de quem ganhar a faixa de 26 GHz ou se os recursos irão para os Ministérios das Comunicações e Educação), os ISPs podem repetir o protagonismo que tiveram no início da pandemia, quando levaram conexão para mais de 16 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) no prazo de 90 dias, desta vez, levando conexão nas escolas.

Já para o uso secundário do espectro, Carreiro recomendou que a Anatel elabore um regulamento específico para dar a amplitude necessária para a medida. O uso secundário irá permitir que empresas que não compraram frequências possam também prestar serviços móveis onde o espectro não estiver sendo usado pelo comprador da frequência.

Se bem regulado, este seria um grande nicho para os provedores regionais. Eles precisam, no entanto, ter garantias como o tempo mínimo de uso até que o detentor da frequência possa obtê-la de volta. O uso secundário de frequências permitiria aos ISPs atuarem em nichos de mercado do 5G onde as grandes operadoras demorariam para chegar e poderiam ter no 5G o mesmo papel relevante que tiveram na expansão da banda larga fixa no país.

Outra oportunidade de mercado para os ISPs é a oferta de fibra para os que comprarem frequência no leilão. Podem ofertar tanto sua infraestrutura de rede de transporte como oferecer a última milha nos sites para atender ao forte incremento de dados do 5G.

Independente do caminho para o 5G – que pode ser também a compra de lotes no leilão de frequências, individualmente ou pelo consórcio “Iniciativa 5G Brasil” – os provedores precisam ter redes preparadas para atender aos requisitos do 5G. Na visão da Ciena, esses requisitos exigem uma infraestrutura aberta, preparada para a diversidade de serviços e programável.

Ao contrário do que ocorreu nas primeiras três décadas da Internet, quando as aplicações se concentravam principalmente na automação do compartilhamento de conteúdo entre a nuvem e os usuários finais, nesta nova era, que incluirá a automação de tarefas físicas e humanas, as aplicações serão nativas na nuvem, intensivas em computação e sensíveis à latência.

As arquiteturas tradicionais de nuvem centralizada, portanto, não atendem aos novos requisitos de latência, que exigirão um modelo de nuvem mais adaptável e distribuído. Isso significa que os recursos de computação e armazenamento em nuvem devem se mover fisicamente para mais perto da borda da rede, onde o conteúdo é criado e consumido, para atender aos acordos de nível de serviço (SLAs) esperados. Essa nova abordagem é conhecida como Edge Cloud.

A implantação de datacenters de borda contribuirá para assegurar que a conectividade entre pessoas ou máquinas nas redes 5G – e também desses dispositivos aos datacenters – tenha alto desempenho e baixa latência. Nessa arquitetura, os datacenters precisam ser interconectados por meio de uma rede de fibra, com transponders compactos e de alta capacidade (conhecidos no mercado como equipamentos DCI). Uma das soluções disponíveis é o Waveserver da Ciena.

Largamente utilizado no mundo para redes DCI, o Waveserver destaca-se por ser um equipamento pequeno e com capacidade para transportar Terabytes; facilidade operacional, com ativação rápida e escalabilidade (é praticamente plug and pay).

Os datacenters de borda também vão atender aos novos requisitos de otimização de espaço, energia e automação. Nesse novo cenário, o principal desafio para os provedores de Edge Cloud é gerenciar os recursos de rede e nuvem de forma eficiente e inteligente. A visão Adaptive Network™ da Ciena fornece uma estrutura uniforme para o datacenter de borda, permitindo que os provedores alcancem coletivamente uma rede ponta a ponta que fica mais inteligente e ágil a cada dia, com a escala necessária para responder dinamicamente às pressões colocadas sobre ela.

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Da Redação

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