Delegação chinesa pede apoio do Brasil na destinação da faixa de 6GHz à rede móvel
A delegação chinesa presente na Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-23) em Dubai, Emirados Árabes Unidos, defendeu a destinação parcial da faixa de 6GHz para serviços de rede móvel em reunião com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, nesta segunda-feira, 20. De acordo com a ministério, “o Brasil ficou de estudar uma solução para conciliar os interesses nesse tema”.
A posição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), firmada em 2020, foi pela destinação de toda a 6GHz para o uso não licenciado, privilegiando o WiFi, por considerá-lo o meio mais democrático de acesso à internet. À época, a autarquia ficou alinhada a outros países como os Estados Unidos.
No entanto, em recente declaração na Câmara dos Deputados, o presidente da Agência – e relator da discussão sobre a faixa de 6GHz à época da decisão – Carlos Baigorri, admitiu a possibilidade de rever o posicionamento a depender do consenso internacional.
A proposta defendida pela delegação chinesa é pela destinação dos primeiros 500 MHz para o Wi-Fi e os outros 700 MHz para o serviço móvel. Este é o posicionamento defendido principalmente pelas empresas de telecomunicações e setores da indústria.
Demandas brasileiras
Ainda segundo o ministério, a delegação brasileira também apresentou as suas demandas. No caso, pediu apoio para que a China aprove o posicionamento em relação à utilização de estações em plataforma de alta altitude (HAPs) como estações base IMT (HIBS) no serviço móvel em determinadas faixas de frequências abaixo dos 2,7 GHz já identificadas para rede móvel, a nível global ou regional.
“O uso do HIBS pode ser uma boa oportunidade para suprir as necessidades de conectividade no Brasil, principalmente em áreas não servidas ou com baixa oferta de serviço”, complementa a pasta.
A reunião também tratou de futuras conversas bilaterais entre Brasil e China quando líderes desembarcarão no Brasil para a Cúpula do G20, em 2024. O objetivo é conversar sobre as prioridades de cada país.