Kassab indica mais governo do que podia para conselho da Telebras
O comunicado da Telebras à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informando ontem, laconicamente, que o atual secretário do Telecomunicações, André Borges, não havia sido indicado para o seu Conselho de Administração causou estranheza no mercado, já que é tradicional que o dirigente da pasta que vai definir as políticas públicas setoriais participe do board da estatal, até para checar se a empresa está cumprindo as diretrizes governamentais.
Mas o ministro Gilberto Kassab teve que voltar atrás nessa indicação porque estaria ferindo o estatuto e regimento interno da Telebras. No afã substituir rapidamente os integrantes de seu ex-aliado governo petista, o ministro acabou indicando três secretários de seu ministério para ocuparem as vagas que seriam abertas: Maximiliano Martinhão, atual secretário da Sepin e que já fazia parte do conselho, por ter respondido pela secretaria de Telecomunicações no governo Dilma; o secretário de Inovação Álvaro Prata; e Borges.
Borges ficaria no lugar de Demi Getschko, que não é do governo, mas tem vínculos fortes com o setor, por ser o líder do Nic.Br. No entanto, a indicação não pôde se concretizar, pois é obrigatório que um membro do board seja independente.
Assim, para André Borges assumir o conselho, ou ele ficará no lugar de Prata ou de Martinhão. E Getschko pode ser substituído, mas por outro nome do mercado.