XP vê mais crescimento do PIB este ano
O XP aumentou a estimativa para o crescimento do PIB deste ano, que deverá ficar entre 2,0% e 2,5%, estima.
O XP aumentou a estimativa para o crescimento do PIB deste ano, que deverá ficar entre 2,0% e 2,5%, conforme as projeções do banco. Para os analistas, além da força dos setores menos sensíveis ao ciclo econômico (agricultura e indústria extrativa apresentaram resultados expressivos), a resiliência do consumo das famílias e o aumento das exportações são protagonistas.
Conforme o IBGE, o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu 1,9% no 1º trimestre do ano em comparação com o 4º trimestre de 2022. Em valores correntes, somou R$ 2,6 trilhões. Em relação ao 1º trimestre de 2022, a alta foi de 4%. Esse crescimento, segundo o banco foi “muito acima das expectativas – o mercado projetava entre 1,4% a 1,2%. O indicador avançou 4,0% na comparação anual (XP: 3,4%; mercado: 3,0%), acumulando crescimento de 3,3% em doze meses.
Pelo lado da oferta, o PIB da Agropecuária se destacou, com alta de 21,6% no trimestre (18,8% a/a), explicando em grande parte a diferença entre nossa estimativa e o resultado efetivo do PIB total. A safra recorde de grãos – principalmente de soja – explica esse desempenho expressivo. Além disso, o PIB de Serviços cresceu pelo décimo primeiro trimestre consecutivo, apesar da desaceleração no período recente (0,2% t/t no 4T22 e 0,6% t/t no 1T23, em comparação com uma média de 1,1% t/t do 3T21 ao 3T22). Cinco dos sete componentes do PIB de Serviços avançaram na comparação trimestral.
O subgrupo de Serviços de Transporte e Armazenagem foi o destaque com alta de 1,2% t/t no último trimestre, também a décima primeira alta consecutiva. A alta demanda por serviços logísticos foi o principal motivo desse bom desempenho. Além disso, os Serviços Financeiros registraram o terceiro ganho consecutivo (1,2% t/t), uma significativa surpresa de alta. Por outro lado, os Outros Serviços – inclui os serviços prestados às famílias – ficaram abaixo das projeções (-0,4% t/t), refletindo possivelmente a dissipação do impulso ‘pós-Covid’. Os Serviços de Informação e Comunicação tiveram forte queda na comparação trimestral (-1,4% t/t), mas vale destacar o crescimento acumulado de 8,3% nos três trimestres anteriores. Por sua vez, o Varejo avançou em ritmo mais moderado do que o esperado no 1T (0,3% t/t).
O PIB da indústria caiu pelo segundo trimestre consecutivo (-0,1% t/t), com sinais mistos em seus componentes. Por um lado, a Indústria Extrativa manteve uma sólida trajetória de recuperação (2,3% t/t, quarta alta consecutiva).
Por enquanto, estimamos avanço de 0,1% T/t para o PIB do 2T (2,3% YoY). Continuamos esperando uma desaceleração da atividade econômica brasileira nos próximos trimestres, em linha com as condições de crédito mais apertadas, a dissipação do impulso ‘pós-Covid’ e a desaceleração do mercado de trabalho, ainda que em ritmo mais brando do que inicialmente pensado. A retração da absorção doméstica no 1T reforça essa visão. Afinal, o forte crescimento do PIB no 1T foi em grande parte impulsionado por setores menos sensíveis ao ciclo econômico.