WTSA decide que UIT não terá russos em cargos de direção

A WTSA - World Telecommunication Standardization Assembly, reuniu-se entre os dias 1 a 9 de Março. O banimento contou com o voto do Brasil.
WTSA foi realizada entre os dias 01 a 09 de Março.
A Assembleia da Normalização da UIT foi realizada entre os dias 01 a 09 de março
Imagem Pixabay

Uma das conferências mais relevante da UIT – União Internacional das Telecomunicações – , a WTSA, decidiu que a entidade não poderá ter russos em cargos de direção. A WTSA – World Telecommunication Standardization Assembly, ou a Assembleia Mundial de Normalização das Telecomunicações, reuniu-se entre os dias 1 a 9 de Março e deliberou diferentes temas que terão impactos para os serviços de telecom do futuro. Essa decisão contou também com o voto do Brasil.

O que é

Conforme a Anatel, a WTSA é a arena global onde são  definidos os padrões técnicos a serem utilizados pelas empresas do setor de telecomunicações, com vistas ao desenvolvimento dos serviços e aplicação das TICs. A definição de padrões para novas tecnologias de telecomunicações justifica-se por vários motivos, quais sejam: (i) transposição de barreiras técnicas para a competição em igualdade de condições, no mercado global de telecomunicações, de produtos advindos de empresas e países diversos; (ii) economias de escala e escopo e a diminuição de custos de produção, resultando em menores preços para o consumidor final; (iii) proteção contra problemas de incompatibilidade entre sistemas e tecnologias concorrentes, fator especialmente relevante no atual contexto de convergência de tecnologias de telecomunicações; (iv) estabelecimento de infraestrutura comum e utilizável por todos (ou a maior parte) dos meios de telecomunicações existentes e em processo de desenvolvimento.

Inteligência Artificial

A inteligência artificial foi um dos temas-chave da conferência deste ano, quando ficou decidido que ele passará ser tratado dentro dos grupos de definem a padronização dos produtos e que até a próxima reunião de plenipotenciários deverá ser formulada uma proposta mais consistente sobre como lidar com essa nova tecnologia.

A UIT está bastante preocupada com essa questão e chegou mesmo a criar o “Programa IA para o Bem. Ou AI for Good.” “A inteligência artificial e o aprendizado de máquina (ML) oferecem algumas aplicações altamente práticas em vários setores e setores – aplicativos com potencial considerável para servir como uma força para o bem”, disse Chaesub Lee, diretor do escritório de padronização da ITU.

“IA e ML estão ganhando terreno no trabalho de padronização da UIT, com pesquisa, análise e discussões com as partes interessadas com foco em orquestração e gerenciamento de rede, codificação multimídia, avaliação de qualidade de serviço e vários aspectos de gerenciamento, operação e serviços de telecomunicações, bem como redes de cabo, todos apoiando a transformação digital acelerada em verticais da indústria”, completou.

Várias iniciativas de pré-padronização da ITU recorreram à IA para encontrar soluções e ajudar a definir padrões para melhores cuidados de saúde, direção autônoma e assistida, eficiência ambiental, gerenciamento de desastres naturais, aprendizado de máquina em redes 5G e, mais recentemente, agricultura digital.

O Relatório de Atividades das Nações Unidas sobre Inteligência Artificial divulgado em dezembro de 2021 destaca mais de 200 projetos e iniciativas de IA de 40 organizações da ONU que aplicam tecnologias de IA para o bem social – refletindo amplamente o escopo do AI for Good da ITU.

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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