WRC-23 aprova proposta do Brasil para estações de alta altitude
Durante a última semana da Conferência Mundial de Radiocomunicações 2023 (WRC-23), em Dubai, nos Emirados Árabes, foi aprovada a viabilidade do uso de estações em plataforma de alta altitude (HAPs) como estações base IMT (HIBS). As alterações fazem parte da Proposta Interamericana (IAP) elaborada, submetida e sustentada pelo Brasil e outros países da Comissão Interamericana de Telecomunicações (Citel).
“As propostas que defendemos nesta edição da Conferência visam promover a inclusão digital e estimular a inovação no setor. O uso do HIBS pode ser uma boa oportunidade para suprir as necessidades de conectividade no Brasil, principalmente em áreas não servidas ou com baixa oferta de serviço”, diz o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em nota.
As estações base IMT (HIBS) permitem conectividade de banda larga, diretamente com dispositivos móveis, usando faixas do próprio IMT. Cada HIBS voa em altitudes que, tipicamente, variam de 18 a 25 km, o que permite viabilizar coberturas de grandes áreas em regiões rurais e remotas.
As faixas do IMT de 694-960 MHz, 1.710-1.885 MHz, e 2.500-2.690 MHz em âmbito global, foram alocadas para uso pelo IMT por meio de HIBS, viabilizando a regulamentação e uso no Brasil. O assunto de estações base IMT (HIBS) já está previsto no Plano de Uso do Espectro de Radiofrequências brasileiro para o período de 2023 a 2030.
Técnicos do Ministério das Comunicações (MCom) participaram das discussões durante toda a Conferência Mundial de Radiocomunicações. “Foram quatro semanas de muito debate na Conferência, que conta com cerca de 160 países, para chegar em um acordo que foi muito alinhado com as expectativas pela conectividade significativa, perseguida pelo governo brasileiro”, explica o assessor do Departamento de Política Setorial do MCom, William Zambelli.
A Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC) é organizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) para tecnologias de informação e comunicação (TIC). Essas reuniões são realizadas a cada três ou quatro anos para analisar e, se necessário, revisar o Regulamento de Radiocomunicações, tratado internacional que rege o uso do espectro de radiofrequências e as órbitas de satélites geoestacionários e não geoestacionários.
As revisões são feitas com base numa agenda determinada pelo Conselho da UIT, que considera as recomendações feitas por conferências mundiais de radiocomunicações realizadas anteriormente. Para saber mais detalhes, acesse o relatório com questões técnicas, operacionais e regulamentares/processuais relevantes para a Agenda WRC-23. (Com assessoria de imprensa)