WiFi 7 e suas implicações para o futuro das redes

Com a evolução do 5.5G e 6G, tecnologias como o Wi-Fi 7 começam a se destacar, prometendo melhorar a experiência do usuário e transformar setores como IoT, realidade aumentada, entre outros
WiFi 7 e suas implicações para o futuro das redes
Especialistas conversaram com o Tele.Síntese sobre o futuro WiFi 7 | Foto: Freepik

Nos últimos anos, a evolução tecnológica no setor de telecomunicações tem avançado rapidamente, impulsionada pela crescente demanda por conexões de alta velocidade e menor latência. O desenvolvimento de novas tecnologias, como o WiFi 7, o 5.5G e o 6G, reflete a busca constante por melhorias na experiência do usuário e na eficiência das redes. Com a massificação do 5G ainda em andamento, a introdução de tecnologias ainda mais avançadas promete transformar setores como internet das coisas (IoT), realidade aumentada e virtual, e a automação industrial.

Os esforços para lançar o WiFi 7 e aperfeiçoar as redes móveis rumo ao 5.5G e 6G estão sendo acompanhados de perto por fornecedores de equipamentos, operadoras e reguladores, que veem nesses padrões a oportunidade de oferecer novos serviços e ampliar a capacidade de rede em um ambiente de consumo de dados em crescimento exponencial. Durante a Futurecom 2024, especialistas do setor conversaram com o Tele.Síntese e deram seus pareceres sobre essas tecnologias.

WiFi 6E e 7

O WiFi 7, sucessor do WiFi 6 e 6E, promete mais velocidade que a geração anterior. Essa nova versão é projetada para suportar uma maior densidade de dispositivos conectados simultaneamente, oferecendo melhor desempenho em ambientes de alta demanda, como estádios, fábricas e grandes escritórios.

Segundo Fábio Nahoum, Diretor de Produtos e Proposta de Valor da Claro, a evolução do WiFi acompanhará o aumento das velocidades oferecidas e a disponibilidade de dispositivos compatíveis com as novas tecnologias. “A Claro foi a primeira a disponibilizar o WiFi 6 no Brasil e está atenta à evolução tecnológica dos roteadores. Estamos acompanhando o cenário e evoluindo nossas ofertas conforme a tecnologia ganha corpo e se capilariza entre a população”, destacou Nahoum.

Para o mercado de telecomunicações, a implementação dessa tecnologia será essencial para suportar a crescente demanda por serviços de alta largura de banda, como streaming em 8K, jogos em nuvem e comunicação industrial em tempo real.

Sobre a chegada do WiFi 7, Elton Thiesen, Gerente de Produtos e Soluções da Intelbras, observa que, embora a tecnologia esteja começando a ser adotada, ainda enfrenta desafios devido à escassez de dispositivos compatíveis no mercado. Além disso, ele mencionou que a empresa não desenvolveu produtos para WiFi 6E, focando diretamente no WiFi 7, pois acredita que a migração para essa nova tecnologia ocorrerá rapidamente. “A transição de WiFi 4 para WiFi 5 levou um tempo considerável, enquanto a evolução de WiFi 5 para WiFi 6 foi mais rápida, e a do 6 para o 7 será ainda mais ágil”, afirma Thiesen.

Ao ser questionado sobre o WiFi 6E Thiesen foi enfático: “nasceu morto”. Mais comedido, Carlos Roseiro, diretor de marketing de TIC da Huawei também deu sua opinião. “Menos utilizado, vamos já pular para o WiFi 7”, afirmou.

Yu Shaohua, Gerente de Produtos da ZTE, tem a mesma opinião. “Como te disse, o 6E é temporário, isso porque o WiFi 7 está se tornando mais popular, portanto o 6E não é uma boa opção”.

O WiFi 7 tende a ser mais atrativo para o consumidor, quando questionado sobre as características que mais atraem os clientes em relação a esse tecnologia, Shaohua destacou que “é a velocidade. Com o WiFi 7, celulares ou terminais que suportam essa tecnologia podem aproveitar 6 GHz com mais de o dobro da velocidade”. O aumento da capacidade de transmissão, possibilitando a “forma 4K” e a capacidade de enviar mais dados no mesmo slot de tempo, são aspectos que podem influenciar a decisão dos consumidores.

Implementação do WiFi 7

Um dos pontos de encontro de todos os entrevistados é sobre a implementação dessa tecnologia. ZTE, Huawei, Intelbras e Claro acreditam que o WiFi 7 será implementado paralelamente nos mercados B2B e B2C. Apesar de haver poucos aparelhos que suportam essa tecnologia atualmente, a chegada deles no mercado brasileiro não está longe de acontecer.

Vinícius Silva, Gerente de Produtos de Fixed Network da ZTE, comentou que “primeiro é mais focado nas empresas porque um usuário comum talvez não tenha tanta necessidade quanto uma empresa”. Entretanto, tanto Yu Shaohua quanto Vinícius concordam que o WiFi 7 tem potencial para atender a ambos os mercados. Shaohua afirmou que “o WiFi 7 também pode ser usado tanto para B2C quanto para B2B”, já que “na Europa e também no Japão, países desenvolvidos, já implementaram o WiFi 7 para os usuários de alta qualidade”.

Sergio Battaglia, Consultor de Negócios da Huawei, também abordou o assunto, para ele, a implementação dessa tecnologia começa pelo setor industrial, mas com “uma adoção em paralela” entre outros setores.

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Gabriel Gameiro

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