Visa quer tornar débito mais ágil para transações no e-commerce

Uma das apostas para isso é o Click to Pay tecnologia em teste tem taxa de aprovação 10 p.p. acima de quando precisa digitar o número do cartão de crédito e deverá servir para o débito também
"Estamos trabalhando  para transformar o débito em um meio mais ágil para transações no comércio eletrônico
“Estamos trabalhando para transformar o débito em um meio mais ágil para o comércio eletrônico”, diz Fernando Pantaleão, da Visa | Foto: divulgação

Nos últimos anos, o percentual de participação do e-commerce no total das vendas do varejo tem aumentado e pesquisas apontam que já chegou aos dois dígitos, ultrapassando os 10%. Ao mesmo tempo, cresce o número de empresas com vendas pela internet.

De olho no crescimento do e-commerce, cuja participação no total das vendas do varejo chegou aos dois dígitos e ultrapassou 10% de participação, como apontam algumas pesquisas, a Visa aposta no débito para impulsionar ainda mais os negócios online.

“Estamos trabalhando junto à indústria de meios de pagamento para transformar o débito em um meio mais ágil para transações no comércio eletrônico, aumento a fluidez e a segurança do pagamento online”, afirma Fernando Pantaleão, vice-presidente de Vendas e Soluções para Comércios da Visa do Brasil.

Uma das ferramentas que a Visa espera tornar o pagamento com o débito mais ágil no e-commerce é o Click to Pay. Em teste desde fevereiro, numa iniciativa da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) em parceria com a Visa, a adquirente Adyen e outros parceiros, o Click to Pay já apresenta resultados positivos com o crédito.

A ferramenta, que funciona como uma plataforma de pagamento integrada, possibilitando pagar com cartão em sites e aplicativos sem que seja necessário preencher dados pessoais de entrega e de cobrança, como número do cartão, data de validade e código verificador, registra taxa de aprovação de 85% das compras, 10 pontos percentuais (p.p.) acima daquela obtida quando o cliente precisa digitar os dados para concluir a compra, de acordo com a Visa.

A funcionalidade está em teste somente para o pagamento com cartão de crédito, mas a expectativa é de que seja estendida também para o débito e o pré-pago. “Isso traz mais dinamismo para os e-commerces e ainda tende a aumentar a conversão de vendas para os lojistas ao reduzir práticas como o abandono de carrinho”, afirma Pantaleão.

Atenta à digitalização das pequenas e médias empresas (PMES), operadora global de cartões também vem desenvolvendo outros produtos que possam atender esse público. Lançada há dois anos, uma dessas soluções é o Tap to Phone, que permite que o comerciante utilize o próprio celular como uma máquina de cartão. Segundo a Visa, mais de seis milhões de dispositivos no Brasil estão habilitados para pagar com o Tap to Phone.

“Para atender os negócios desse porte, é importante ter em mente que esse processo de digitalização não é tão simples como em grandes empresas e conglomerados, logo, devemos oferecer ferramentas personalizadas, de custo acessível e que facilitam ao máximo a jornada do empreendedor”, explica o executivo.

Co-branded

Além de ter consciência do peso dos negócios gerados pelas PMEs – estimativa é que esse grupo some cerca de 95% do comércio mundial –, a operadora de cartões vê o varejo como agente de bancarização.

“Algumas estratégias desses setores que impulsionam a bancarização são o uso de credenciais co-branded, em que o consumidor pode ter um cartão da própria loja com condições diferenciadas, e a possibilidade de ter contas virtuais dentro dos aplicativos, onde é possível receber valores e pagar despesas”, observa Pantaleão.

Segundo o executivo, as empresas se deram conta de que aplicar esses modelos aos seus produtos é ter uma forma efetiva de abarcar novos públicos em diferentes nichos, atrair e fidelizar pessoas que são clientes de mais de uma empresa e se destacar perante a concorrência. “Por outro lado, os clientes podem ser bancarizados de uma maneira rápida e fácil, ainda que não diretamente por meio de um banco”, diz.

Um estudo da própria Visa, feito no ano passado em conjunto com a Bond, consultoria especializada em experiência e fidelização de clientes, mostrou que a quantidade de transações globais com cartões co-branded triplicou entre 2022 e 2023. No Brasil, a pesquisa apontou que 84% dos entrevistados estavam satisfeitos com seu co-branded, principalmente, por causa da experiência de uso. Outros 16% indicaram que o principal fator de satisfação eram os benefícios financeiros que esse tipo de cartão pode trazer.

“A atuação das companhias aéreas tem sido bastante forte nesse sentido, mas também vale mencionar as lojas de roupas e os aplicativos de delivery e transporte, além dos e-commerces”, completa o vice-presidente da Visa.

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Simone Costa

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