Virgin Orbit, lançadora de satélites de Richard Branson, declara falência e procura comprador

Companhia entrou com pedido de falência uma semana após ter demitido cerca de 85% dos funcionários; falta de capital impede empresa de manter as operações
Virgin Orbit, empresa de lançamento de satélites, declara falência
Virgin Orbit declara falência; empresa põe satélites em órbita ao operar com Boeing 747 com foguete sob a asa (crédito: Virgin Orbit/Divulgação)

A Virgin Orbit, empresa lançadora de satélites do bilionário Richard Branson, anunciou, nesta terça-feira, 4, que entrou com um pedido de falência e procura um comprador para os seus ativos. A empresa protocolou o processo no Tribunal de Falências dos Estados Unidos no Distrito de Delaware.

Na semana passada, a companhia demitiu cerca de 85% dos seus funcionários. No anúncio sobre a falência, justificou as demissões dizendo que não conseguiu levantar capital extrajudicial suficiente para manter as operações no ritmo habitual.

“Embora tenhamos feito grandes esforços para resolver nossa situação financeira e garantir financiamento adicional, em última análise, devemos fazer o que é melhor para os negócios”, disse, em nota, Dan Hart, CEO da Virgin Orbit.

“Acreditamos que a tecnologia de lançamento de ponta que esta equipe criou terá grande apelo para os compradores à medida que continuamos no processo de venda da empresa. Nesta fase, acreditamos que o processo do Capítulo 11 representa o melhor caminho a seguir para identificar e finalizar uma venda eficiente e maximizadora de valor”, complementou Hart, referindo-se à lei de falências dos Estados Unidos.

A empresa informou que recebeu um financiamento de US$ 31,6 milhões (aproximadamente R$ 160,34 milhões) da Virgin Investments Limited para manter as operações enquanto aguarda um comprador. O montante precisa ser aprovado pelo Tribunal de Falências.

Richard Branson, dona da Virgin Orbit
Richard Branson, dona da Virgin Orbit (crédito: Virgin Orbit/Divulgação)

A Virgin Orbit foi constituída em 2017 como uma derivação da Virgin Galactic, empresa de turismo espacial de Branson. A lançadora de pequenos satélites tem como diferencial o lançamento de foguetes por baixo de um avião Boeing 747 modificado. Segundo o comunicado, a companhia conseguiu pôr 33 satélites em órbita.

Branson, por meio do Virgin Group, já declarou ter investido mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,07 bilhões) na companhia.

Além de empresas que atuam nos setores espacial e de turismo, o conglomerado também conta com negócios na área de telecomunicações, como a Virgin Media O2, baseada no Reino Unido, e a Virgin Mobile, com operações em diversos países.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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