Venda de tablets no país cairá 29% em 2016

Consultoria IDC revê números para segmento e projeta retração ainda maior que a prevista no começo do ano.

grafico-negativo-seta-executivo-descendoO mercado brasileiro de tablet apresentou sua primeira retração anual desde que a categoria foi “fundada” em 2010, com o lançamento do iPad pela Apple. Em 2015 foram vendidos aproximadamente 5,8 milhões de unidades, queda de 38% na comparação com 2014, quando foram comercializados 9,5 milhões de dispositivos, segundo estudo da consultoria IDC Brasil. Para 2016, o cenário não é de melhora.

A IDC prevê redução de mais 29% do nas vendas, que devem ficar em 4,1 milhões de unidades. A empresa reviu, para pior, a projeção divulgada no começo do ano, em que considerava o mercado potencial neste ano de 5 milhões de unidades

Do total de tablets comercializados em 2015, 5,73 milhões (98,8%) foram modelos convencionais e 111 mil (1,2%) notebooks com telas destacáveis. “O tablet deixou de ser novidade e, além disso, diante da instabilidade político-econômica do país durante todo ano passado, com desemprego em alta e confiança do consumidor em baixa, passou a ser objeto de compra secundário”, afirma Pedro Hagge, analista de pesquisas da IDC Brasil.

Segundo ele, empresas estrangeiras começaram a deixar o país por conta das sucessivas altas do dólar e, com isso, houve menor oferta de produtos nas lojas. Outro fato que levou o mercado de tablets a registrar queda foi a competição com os smartphones de tela maior e preços compatíveis. Em 2015, a média de preço dos tablets foi de R$ 448, alta de 2% em comparação com 2014, quando o tíquete médio era de R$ 440.

4º trimestre
Entre outubro e dezembro de 2015, foram comercializados 1,4 milhão de unidades, queda de 54% em relação ao mesmo período de 2014. A receita foi de R$ 657 milhões. “Mesmo as datas importantes, como Black Friday e Natal, não impulsionaram as vendas de tablets no Brasil. O terceiro trimestre foi o melhor do ano, com 1,43 milhão de unidades comercializadas, 2% a mais do que o apresentado no mesmo trimestre de 2014”, diz o analista da IDC.

Apesar do cenário desfavorável, Hagge acredita que o mercado de tablets não está no fim. “Vivemos um processo de consolidação no setor e as empresas que oferecem o equipamento, embora estejam em menor número, ainda devem ter resultados positivos”, analisa.

Em 2014, o mercado brasileiro de tablets representava 4,1% de todos os aparelhos comercializados no mundo. Em 2015, a porcentagem caiu para 2,8%. Com isso, o país deixou a quarta posição no ranking mundial, em 2014, para ocupar a 9ª posição em 2015.

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Da Redação

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