Venda da rede de fibra da Telefónica no Peru não deve prosperar

Acordo firmado em julho de 2023 entre Telefónica, KKR e Entel deve ser encerrado; tele espanhola deixaria de ter o controle da rede neutra Pangea
Venda da rede de fibra da Telefónica Peru não deve prosperar
Acordo para venda do controle da rede de fibra no Peru deve ser cancelado (crédito: Telefónica Peru)

Um acordo anunciado no ano passado entre o Grupo Telefónica, o fundo de investimento norte-americano KKR e a operadora chilena Entel, envolvendo a venda de participação da empresa de fibra óptica da tele espanhola no Peru, não deve prosperar.

O negócio, divulgado em julho de 2023, consiste na venda de 64% do capital da Pangea, empresa de rede neutra da Telefónica no Peru. A KKR ficaria com 54% do ativo, enquanto a Entel levaria 10%. Os demais 36% continuariam nas mãos da multinacional de telecom.

Às autoridades peruanas, a Entel disse que o negócio fracassou “devido a violações de certas condições de fechamento”. Em um comunicado separado ao regulador do mercado de ações do Peru, a Telefónica, por sua vez, indicou que as negociações prosseguem.

À época do anúncio do acordo, a Telefónica não revelou o valor da transação, mas apontou que o negócio reduziria a sua dívida em 200 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,26 bilhão) e que a venda ocorreria a um preço equivalente a 20 vezes o seu lucro operacional.

Nos últimos anos, a operadora se desfez de ativos na América Latina para reduzir a sua dívida e financiar os investimentos em redes móveis. A Pangea foi criada em 2020, por meio da segregação da rede de acesso em fibra da Telefónica no Peru. Na prática, a estratégia foi semelhante à de criação da Fibrasil, empresa de rede neutra do grupo no Brasil.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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