V.tal melhorou as condições para a ClientCo da Oi, dizem interessados

O fee que a V.tal cobra para que a Oi use a sua infraestrutura de banda larga estaria mais condizente com os preços de mercado.
(crédito: Freepik)

O ingresso da Ligga na disputa pela ClientCo da Oi, autorizada ontem, 4, pela juíza Caroline Fonseca, responsável pelo processo de recuperação judicial da Oi, vem também com uma melhor condição na relação de preço com a V.tal, informam interessados no negócio. Segundo esses interlocutores, a empresa apresentou valores de seu fee “mais condizentes com os preços de mercado” nesta segunda fase, quando foram habilitadas para apresentar propostas, inicialmente, as operadoras Vero Internet e BrasilTecpar, e ontem, mediante decisão judicial, ingressou na disputa também a Ligga.

Conforme a decisão da juíza, “por não estar caracterizado qualquer prejuízo ao Grupo Oi ou a seus credores e por ser medida que, indubitavelmente, trará maior competitividade no processo de alienação, defiro o pedido [ da Ligga]  apenas para considerar como tempestiva a manifestação de interesse em participar do processo competitivo de alienação da(s) UPI(s) ClientCo”

Embora a decisão da justiça tenha concedido prazo de 48 horas para que outras empresas, possam se qualificar também para a disputa, a avaliação do mercado é de que o certame ficará restrito a esses três players.  As grandes operadoras, Vivo e Claro, sempre vistas como “compradoras”  não se interessaram pelo negócio, mesmo sabendo que ele representa uma das únicas e maiores vendas concentradas de clientes de banda larga do planeta no momento.

E as razões para o desinteresse das grandes empresas são basicamente duas: possíveis sobreposições de redes, e  o contrato da V.tal com a Oi, que segundo as empresas, era uma “caixa preta”. A TIM por sua vez, chegou a se interessar com afinco pelo negócio, mas desistiu na fase de habilitação.

Edital

A entrega de propostas será feita no dia 17 de julho, e o interessante, pelas regras, é que poderá haver até disputa de preços, se as empresas estiverem mesmo com bala na agulha. Conforme o edital, poderá ser dado um lance a mais por cada um dos participantes, depois das propostas abertas. Mas há quem ainda acredite, no mercado, que as três empresas não terão tanto fôlego assim e que os clientes acabarão mesmo migrando para a V.tal, quando a Oi, terá, então, uma diluição ainda maior de sua participação na sociedade. A conferir.

Leia aqui o edital do certame do dia 17

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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