Uma carta aberta à despedida
Por Diego Aquino – No ano 2000 foi lançada uma música por de Chico Buarque com Elza Soares que se fosse lançada nos dias de hoje alcançaria as paradas top 1 global, pena que a Miriam não sabia como criar a playlist perfeita.
Primeiramente gostaria de pedir desculpas aos leitores, essa será a primeira e única postagem que sairá da linha editorial, que não terá uma revisão e que claramente não será escrita por um profissional da área, mas irei me esforçar para compartilhar da melhor forma possível o que posso.
Miriam tinha três filhos, Danilo, Diego e a paixão pelo o que fazia.
Batalhadora, empreendedora, justa, mãe. Escrevia garranchos pois as mãos não acompanhavam a velocidade do pensamento, então o m poderia ser 3 , h ou até mesmo uma exclamação. Mas isso não importava, importava o furo, da matéria, na carteira e agora em nossos corações.
Minha mãe vivia com um sorriso no rosto, era animada, falava alto, muito alto, mas só queria ser ouvida, respeitada.
E assim foi.
Batalhou por tudo que construiu, mas, claro, com apoio da família e amigos que sempre a rodeava. Era determinada, sabia escrever sobre os mais complexos temas de forma simples, falava com presidentes, chefes de Estado, empresários e pessoas do setor, era a ‘’banbanban’’ do mundo da tecnologia, mas não sabia como configurar a rede de internet, abrir o Instagram ou entender o que se passa no TikTok. E era mãe.
Antes de retornar ao Brasil depois de longos 8 anos morando no exterior com todo seu suporte, a levei para ver os fogos na base da montanha iluminada em Vail, no Colorado. Assistimos aos meninos de 3 a 5 anos que dançavam na montanha escura, iluminada só pelos fogos de artificio, e que pareciam zombar – pois no mesmo dia estavam com dificuldade de fazer a pé a trilha infantil. Nos abraçamos, celebramos a vida, e a prometi nunca mais a largar.
Agora Portuguesa, sempre jornalista, descansa. Em um último suspiro, tenho certeza que disse “Façamos, Vamos amar’’.