UFPB usa blockchain para acabar com diplomas falsos
Por incrível que pareça, a fraude em diplomas de curso superior no Brasil é muito mais comum do que se supõe, e envolve não apenas escolas de segunda linha, mas também universidade federais. A venda de diplomas passa por cursos de graduação de pós graduação. Combater um problema que afeta a vida acadêmica e explorar o potencial de uma tecnologia disruptiva com a blockchain foi o objetivo proposto pelo professor Guido Lemos, da Universidade Federal da Paraíba, ao coordenar o Projeto de Registro de Documentos de Universidades. Já em testes a blockchain, vai permitir se criar uma infraestrutura segura para o registro dos diplomas de graduação e pós graduação, imune às fraudes.
Segundo o professor Guido Lemos, que apresentou o projeto durante o painel sobre a tecnologia blockchain, durante o INOVAtic Nordeste, realizado hoje em Fortaleza, ele foi desenvolvido em consórcio com a PUC do Rio e o ITS da FGV/RJ, com recursos que a RNP destina a projetos de P&D. Oito alunos de pós-graduação das três instituições envolveram-se no desenvolvimento do projeto. “Vamos criar um projeto aberto a várias instituições parceiras para que possam fazer o registro do diploma”, relata, Lemos. O próximo passo do grupo de pesquisa vai ser desenvolver uma criptomoeda. “Já dominamos a tecnologia. Mas para lançar uma moeda, há muita questão de marketing envolvida”, comenta.
Transparência e segurança
O que fez a tecnologia blockchain ganhar realce, passar a ser admirada e, depois, a ser efetivamente adotada é o fato de ser transparente, garantir a integridade do processo, manter a privacidade e ser auditável, Diuliana França, gerente de Desenvolvimento de Produtos de Soluções Digitais da Embratel, lembra que ela se baseia no conceito descentralizado, de nós de rede, e que só quando a informação é aceita, ela é validada. O que lhe traz confiabilidade. Marcial Fernandez, professor associado da Universidade Estadual do Ceará, acrescenta que para ser aceita, 51% dos que participam da rede precisam validar a informação.
Essas características de confiabilidade e transparência, principalmente, é que vem garantindo a aplicação da blockchain em um grande número de processos. A tecnologia nasceu muito associada à primeira criptomoeda, a bitcoin, e portanto nada mais natural que a indústria financeira fosse seu primeiro mercado. Mas partir de 2013, como relatou Rodolfo Avelino, especialista em segurança da informação e professor do Insper, sua aplicação se diversificou. Vem sendo muito usada em governos. O governo inglês baixou no ano passado normas sobre o usa desse tecnologia. No caso brasileiro, Serpro e a Secretaria do Tesouro estão fazendo piloto. Entre as áreas de aplicações, Diuliana, da Embratel, destacou: manufatura, distribuição de mídia, registro de títulos, registro de identidades, transferência de ativos, rastreamento de medicamentos cadeia de suprimentos.
O INOVATIC NE, realizado pela Momento Editorial, contou com o patrocínio de Claro Brasil, Oi, Padtec,, Angola Cables, Banco do Nordeste, Correios, Finep.
Contou também com o apoio de Datacom, Fonnet, Globenet, Mob Telecom, Prysmian Group, Redex, Skylane Optics, Wirelink.
E apoio institucional de Abramulti, Abranet, Abrap, Abeprest, Abrint, Brasscom, NEOTV, Softex, TelComp, Prefeitura de Fortaleza, Governo de Alagoas, Governo do Piauí e Governo do Ceará.