TV 3.0: Para alcançar celulares, MCom estuda adotar mais de uma tecnologia

Faltando oito meses para propor a tecnologia a ser adotada na recepção do sinal, MCom reforça que 5G Broadcast ainda é possibilidade, mesmo fora dos testes de campo.
Wilson Diniz Wellisch, Secretário de Comunicação Social Eletrônica do Ministério das Comunicações, em evento sobre TV 3.0 no MCom | Foto: Tele.Síntese
Segundo secretário de Comunicação Social Eletrônica, Wilson Wellisch,  projeto da TV 3.0 pode incorporar tecnologia específica para celulares | Foto: Tele.Síntese

O Ministério das Comunicações (MCom) avalia como positivos os testes das duas tecnologias em estudo para a implementação da TV 3.0 no Brasil – o modelo norte-americano (ATSC 3.0) e japonês (ISBD-T Avançado), ambos com protagonismo para a recepção fixa do sinal. Já a recepção móvel, ou seja, a TV 3.0 nos celulares, vem sendo tratado em segundo plano.

Com a previsão de selecionar apenas dois modelos para testes de campo, em setembro do ano passado a tecnologia móvel 5G Broadcast (europeia) não avançou de etapa por apresentar desvantagem na comparação às demais a partir dos critérios exigidos no projeto, que leva em conta a ampla possibilidade de acesso no país, inclusive, sem internet. À época, o governo destacou que a medida não significava que a adoção da modalidade móvel estaria descartada.

Nesta quarta-feira, 3, o secretário de Comunicação Social Eletrônica – antiga Secretaria de Radiodifusão –, Wilson Diniz Wellisch, reforçou que o órgão segue acompanhando a evolução do 5G Broadcast e a tecnologia ainda pode voltar ao projeto.

“Há possibilidade de ser híbrido, de você ter, por exemplo, uma tecnologia para o móvel e outra para o fixo, até por isso a tecnologia europeia [ 5G Broadcast] não foi descartada, porque hoje ela está muito mais voltada para a tecnologia móvel”, explicou.

Cronograma

No momento, o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) realiza os testes de camada física, com previsão de conclusão em junho, quando começam a ser analisados os resultados e a construção das propostas a serem apresentadas ao MCom.

Em agosto, a SET (Tecnologia e Negócios em Mídia e Entretenimento), entidade que reúne as empresas de radiodifusão, promoverá a primeira demonstração “fim a fim”, que compreende desde a codificação do vídeo até a chegada na TV, conforme as tecnologias em estudo.

Em outubro, está prevista a conclusão das normas. Já a proposta concreta sobre qual tecnologia será adotada deve ser formulada até o final de dezembro, a partir de minuta sugerida pelo Ministério das Comunicações (MCom), o que não garante a publicação ainda este ano, já que dependerá da avaliação da Casa Civil.

Após apresentar o cronograma, o presidente do Fórum SBTVD, Raimundo Barros, mencionou como um dos próximos desafios do projeto de TV 3.0 “a construção de um ecossistema que permita a recepção da TV aberta nos novos celulares do Brasil”.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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